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O presidente da Mesa do Conselho do CDS, Filipe Anacoreta Correia, continuou a insistir que a decisão sobre o voto secreto cabe aos conselheiros e não ao Conselho de Jurisdição, tal como defendem os apoiantes de Mesquita Nunes. O antigo vice-presidente do partido apontou ilegalidades e abandonou os trabalhos. Uma hora depois, regressou "porque a legalidade, depois de tanta pressão, prevaleceu".
Francisco Rodrigues dos Santos apelou ao presidente do Conselho Nacional do CDS que adotasse o voto secreto, por não ter não os militantes do CDS como cobardes, traidores e pessoas que têm duas caras. Filipe Anacoreta Correia acatou o pedido de Francisco Rodrigues dos Santos e confirmou que a votação irá decorrer com voto secreto.
Antes da saída, Mesquita Nunes acusou o presidente da Mesa de "não dar conhecimento a ninguém" da decisão do tribunal do partido. "Está decisão não é só ilegal, é cobarde", apontou.

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O antigo vice-presidente afirmou que não cabe ao conselheiros decidir o método de votação após uma "decisão vinculativa" do Conselho de Jurisdição. Mesquita Nunes questiona: "Qual é o vosso medo?"
Anacoreta Correia respondeu que "há limites", e sustenta que colocar a decisão aos conselheiros "não é ilegalidade nenhum".
João Gonçalves Pereira, líder da distrital de Lisboa e apoiante de Mesquita Nunes disse que o estamos a assistir é vergonhoso, acusando o presidente da Mesa de desrespeitar os órgãos do partido.
"Eu não quero ver mais desfiliações. Estou neste partido há 25 anos e isto é inaceitável", lamenta, pedindo a Anacoreta Correia que distribua o parecer do conselho de jurisdição pelos elementos centristas.
Cerca de 40 minutos depois de ter abandonado a reunião, Adolfo Mesquita Nunes escreveu no Twitter que saiu porque "a mesa recusou o parecer vinculativo da jurisdição que obriga moções de confiança a voto secreto".
"Não querem congresso nem ouvir a liberdade dos conselheiros em voto secreto. Eu estou no cds, apenas não estou numa decisão ilegal nem participo nela", sublinhou.
O antigo vice-presidente do CDS acabaria por voltar a participar na reunião cerca das 17h30, quase 1h30 depois de ter saído. Adolfo Mesquita Nunes já confirmou que será candidato à liderança do partido caso seja marcado um congresso antecipado. O antigo governante pediu, num artigo de opinião, uma mudança de rumo no CDS.
Vários elementos da direção liderada por Rodrigues dos Santos, incluindo o vice-presidente Filipe Lobo d'Ávila, apresentaram a demissão.

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