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Os 13 militares que se recusaram a embarcar no navio Mondego chegaram, esta sexta-feira, ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. À chegada, foram recebidos por familiares e pelo advogado que representa os quatro sargentos e nove praças.
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Garcia Pereira, especialista em direito laboral e também advogado de defesa dos 13 militares, avança que, assim que chegou, o grupo foi levado para instalações da Marinha, sem saber o motivo daquela diligência.
"Têm uma indicação para se dirigirem à direção de pessoal para procedimentos que não sabemos quais são, continuaremos a acompanhar de perto. Não fui informado qual era o objeto da diligência a que eles foram agora sujeitos", adianta, em declarações à TSF.
Ouça aqui as declarações de Garcia Pereira à TSF
Estes militares, que enfrentam um processo disciplinar e criminal, vão ser ouvidos na segunda-feira pela Polícia Judiciária Militar.
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O NRP (Navio da República Portuguesa) Mondego não cumpriu no sábado à noite uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha do Porto Santo, na Madeira, porque 13 dos militares da guarnição (quatro sargentos e nove praças) se recusaram embarcar por razões de segurança.
O chefe da Armada, Gouveia e Melo, em declarações na quinta-feira no Porto do Funchal, criticou os militares do navio Mondego que desobedeceram às ordens, dizendo que o caso é de "uma gravidade muito grande".
"A Marinha não pode esquecer, ignorar, ou perdoar atos de indisciplina, estejam os militares cansados, desmotivados ou preocupados com as suas próprias realidades", acentuou, questionando diretamente os militares revoltosos: "Que interesses os senhores defenderam? Os da Marinha não foram certamente, os vossos muito menos. Só unidos venceremos dificuldades e vocês desuniram-nos."
Entre as várias limitações técnicas invocadas pelos militares para se recusarem a embarcar no navio constava o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais.
A Marinha confirmou que o NRP Mondego estava com "uma avaria num dos motores", mas referiu que os navios de guerra "podem operar em modo bastante degradado sem impacto na segurança", uma vez que têm "sistemas muito complexos e muito redundantes".