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O ministro da Defesa ignorou as perguntas sobre os protestos dos paraquedistas, que incluíram apupos e assobios a João Gomes Cravinho, nas comemorações do Dia do Exército, em Aveiro. Nas declarações que fez aos jornalistas, no final da festividade, o governante apenas considerou que se tratou de um "excelente" dia de celebração, num ano "muito difícil" para as Forças Armadas.
Não respondendo aos protestos dos militares que acusam o Governo e o chefe de Estado Maior do Exército de desrespeito pelas tradições da profissão, Gomes Cravinho falou num "excelente dia de celebração e de agradecimento". O ministro acabou por fugir às perguntas sobre a proibição do cântico "Pátria Mãe" no desfile do Dia do Exército e também da utilização da boina verde e do crachá.
Em vez disso, preferiu afirmar: "Este foi um ano extraordinário, muito difícil para as Forças Armadas e para o exército. Esta é a oportunidade de agradecer ao exército português, para mim foi um privilégio."
O silêncio do ministro da Defesa contrasta com o ruído com que foi recebido em Aveiro. Gomes Cravinho foi este domingo vaiado por dezenas de militares, incluindo alguns já fora do ativo. Estes profissionais pediram a demissão do general José Nunes Fonseca, chefe de Estado Maior do Exército, depois daquilo que consideram ser "mais uma afronta aos desígnios dos paraquedistas que estiveram no campo de batalha", que acaba por contribuir para "destruir a base dos valores da pátria".
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Durante a cerimónia ouviram-se gritos de "demissão", "deixa os homens cantar" e insultos como "palhaço", intervalados com cânticos e o brado dos paraquedistas.

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