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Jorge Moreira da Silva afirmou esta quarta-feira ser candidato à liderança com o objetivo de renovar o partido e reformar a política, e assume como objetivo clarificar a natureza com outros partidos, afastando diálogo com o Chega.
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"É, pois, chegada a hora de renovar o PSD, de reformar a política e de liderar o crescimento sustentável em Portugal. Considero que sou o militante que está em melhores condições de protagonizar esse desígnio", afirmou o candidato, na apresentação que decorreu num espaço em Monsanto (Lisboa), e que contou apenas com a presença como convidados da mulher, do filho mais velho e de "um amigo há mais de 30 anos", Miguel Goulão.
O antigo vice-presidente do PSD anunciou cinco compromissos para a sua candidatura, sendo o primeiro "atualizar as linhas programáticas do PSD e clarificar natureza do relacionamento com os outros partidos".
Moreira da Silva recorda que alertou, "em tempo útil, de forma praticamente isolada", para "os riscos de ambiguidade na relação com o Chega", ao pedir um Congresso extraordinário quando o PSD fez um acordo com este partido nos Açores.
Ouça a reportagem de Filipe Santa-Bárbara sobre a apresentação de Moreira da Silva
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"O resultado das eleições legislativas confirma que tinha razão. Lamento que, em 2020, muitos tenham ficado convenientemente calados e, ainda pior, venham agora definir o PSD como 'a casa comum dos não socialistas'", afirmou, num 'recado' para o adversário interno Luís Montenegro, que na apresentação da candidatura disse querer fazer do PSD a casa-mãe do espaço não socialista.
"Comigo, não. Na casa do PSD não cabem racistas, xenófobos e populistas", afirmou, assegurando que não admitirá "em qualquer circunstância dialogar e negociar com forças populistas e extremistas".
Quanto às diferenças para com o PS, defende que "mais do que uma estéril e obsoleta discussão sobre o posicionamento do PSD como um partido de centro ou um partido de direita, é fundamental, num contexto em que o país tem sido liderado por forças conformistas, posicionar o PSD como o espaço amplo que une todos os reformistas e que agrega social-democratas e liberais-sociais".
"Que se distingue do PS, pela vocação reformista, pela valorização da iniciativa privada, pelo reconhecimento do mérito, pela defesa de um Estado - transparente e eficiente - que sirva os cidadãos e que tenha uma dimensão compatível com o nível de impostos que é aceitável cobrar e com os limites da sustentabilidade da dívida", afirmou.
E, por outro lado, que se distingue de outros partidos à direita com representação parlamentar "por não ser um partido de nicho, com reservas quanto ao combate às alterações climáticas e ao papel essencial do Estado na provisão de serviços universais na saúde e na educação".