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O antigo ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos admite que "talvez devesse ter sido ainda mais veemente" com o então primeiro-ministro José Sócrates que, em 2011, se opunha a pedir assistência financeira internacional, abrindo a porta à troika, e admite que "muitas coisas" podiam ter sido "decididas de outra maneira".
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Em entrevista à TSF e DN, Teixeira dos Santos reconhece que embora seja "muito difícil olhar para trás", num momento como o que Portugal atravessava, os governantes procuram sempre fazer o que acham que é "o melhor que deve ser feito".
"Naquele período em que tinha a oposição do primeiro-ministro, talvez devesse ter sido ainda mais veemente do que o que fui", assume na entrevista divulgada na íntegra esta sexta-feira.
Agora, mais de dez anos depois, reconhece: "O que é que adianta, sabendo o que se passou depois, dizer que devia ter feito assim ou de outra forma?" Teixeira dos Santos classifica esta reflexão como um "exercício sem sentido" e explica porquê.
"Nós a cada momento somos chamados a tomar decisões, que não são fáceis, com a informação que temos e com o que sabemos naquele momento, correndo o risco de tomar a decisão naquele momento e arcar com a responsabilidade disso", sublinha.
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Olhando para 2011, o antigo ministro admite que, sabendo o que sabe hoje, "haverá muitas coisas que porventura devessem ter sido decididas de outra maneira" e acaba por concluir: "Mas eu não sabia o que sei hoje."
Fernando Teixeira dos Santos foi ministro das Finanças e da Economia em dois governos entre 2005 e 2011, ambos liderados por José Sócrates.
*com Gonçalo Teles