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A afirmação de Luís Montenegro enquanto líder, a definição de como o PSD pode assumir-se enquanto maior partido da oposição e, finalmente, a pacificação. Para o politólogo António Costa Pinto, são estes os grandes objetivos do congresso que arranca esta sexta-feira.
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"O novo líder vai dar os primeiros sinais do que será o PSD nos próximos tempos. Não só perante os seus eventuais aliados à direita do espetro político, como também, obviamente, perante o Governo", refere António Costa Pinto, em declarações à TSF.
E apesar de enfrentar a tarefa de fazer oposição a uma maioria absoluta, para o especialista do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, é precisamente à direita que estão os maiores riscos para o PSD.
Ouça aqui as declarações de António Costa Pinto à TSF
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"O PSD está, finalmente, perante o desafio que o PS sempre teve. Aquilo que era, apenas há dois anos, dois micropartidos, passou a ser partidos que representam um sério desafio à hegemonia política do PSD à direita", afirma António Costa Pinto, classificando o Chega e a Iniciativa Liberal como as verdadeiras ameaças à sobrevivência dos sociais-democratas.
Na opinião do politólogo, a maioria absoluta do PS não traz grande novidade em relação ao posicionamento do PSD, mas se o partido quer assumir-se como alternativa de governo, vai ter de passar o teste das europeias, dentro de dois anos
"A estratégia do PSD perante a maioria absoluta só pode ser a tentativa de reforçar o seu eleitorado e o grande teste vai ser as eleições europeias. Ou o PSD mantém, no fundamental, a mesma votação ou se transforma no principal partido de alternativa de formação de governos em Portugal", resume.
Mas, para isso, é agora tempo de dizer "presente", até porque, alerta António Costa Pinto, "no sistema partidário democrático, não há lugares marcados".