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A coordenadora das Mulheres Social-Democratas, um grupo interno do PSD, tem dúvidas que não existam mulheres para a política ou para as autarquias.
É esta a reação de Lina Lopes às palavras deste sábado do líder do partido, Rui Rio, que justificou assim, num vídeo enviado à Academia de Formação Política das Mulheres Social-Democratas, a dificuldade em conseguir mulheres para as próximas eleições autárquicas. Até agora já foram anunciados uma centena de nomes de candidatos do PSD à presidência de municípios e apenas três são mulheres.
A líder das Mulheres Social-Democratas, Lina Lopes, explica à TSF que tem refletido sobre o assunto e teme é que o problema esteja nos nomes que chegam à Comissão Política Nacional - e desta forma a Rui Rio - propostos pelas estruturas locais do PSD.
Ouça o diagnóstico de Lina Lopes
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"O que as concelhias levam ao presidente do partido e à Comissão Política Nacional, porque isto tem um trâmite, são homens e provavelmente o que dirão ao presidente é que não há mulheres. Eu já ouvi isso várias vezes: ´não há mulheres, nós até queremos...', detalha Lina Lopes que garante, no entanto, que ela e as suas companheiras das Mulheres Social-Democratas conseguem, "se calhar, encontrar muitas mulheres para determinados cargo".
"Peçam-nos a nós que nós indicaremos mulheres", diz Lina Lopes, que admite que, "provavelmente, as que querem não são escolhidas".
A informação das concelhias do PSD levada a Rui Rio não será a mais correta, diz Lina Lopes.
A coordenadora das Mulheres Social-Democratas refere que tem "algumas dúvidas que não existam assim tantas mulheres que queiram estar nestes lugares e que este é um assunto que tem de ser refletido com as mulheres para percebermos se são elas que efetivamente não querem ou se as estruturas não as indicam".
"São lugares de poder e para entrar uma mulher tem de sair um homem e para entrar um homem tem de sair uma mulher", resume Lina Lopes.
A líder das Mulheres Social-Democratas adianta que podem existir regiões onde existem mais dificuldades, mas sublinha que não acredita que em regiões como Lisboa, Porto, Coimbra ou Aveiro exista falta de mulheres disponíveis para estes cargos políticos: "Cada vez mais conheço mulheres ativas que querem dar alguma coisa ao país".

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