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O primeiro-ministro recusou esta quarta-feira o que disse ser o desafio para o seu Governo dançar a dança das tricas institucionais e considerou que, na atual conjuntura internacional, seria uma irresponsabilidade ir no engodo da desestabilização social.
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Estes recados foram transmitidos por António Costa na parte final da sua resposta ao líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, ainda durante a primeira ronda do debate sobre política geral.
Na sua intervenção, o líder do executivo procurou colocar em contraste "o nervosismo" e a "ânsia" das oposições, com uma alegada "serenidade" por parte da sua equipa governativa face a uma conjuntura internacional difícil.
"Vamos continuar a trabalhar com serenidade, com determinação e cumprindo ponto a ponto o que está plasmado no Programa do Governo. Vamos continuar a cumprir por maior que seja a vozearia aqui [no parlamento] de algumas bancadas ou quem nos queira desafiar para tricas institucionais, que manifestamente não é a dança que queremos dançar", declarou.
Ouça a reportagem de Judith Menezes e Sousa.
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O primeiro-ministro lembrou que a guerra "colocou a Europa de pernas para o ar" e o Governo tem enfrentado os desafios com "serenidade".
"De forma inequívoca, com a condenação da guerra e estamos firmes no apoio à Ucrânia", diz. A guerra atinge "a vida no dia a dia" e, por isso, também "desde a primeira hora", o Governo "adotou medidas para fazer o que era possível em cada momentos".
"As contas certas permitem adotar as boas medidas. Se na próxima sexta-feira vamos adotar as medidas que são possíveis adotar, é porque gerimos bem e temos capacidade para continuar a agir. É fundamental continuar a gerir bem", alerta.
A "margem de manobra" tem de continuar, assinalou, lembrando "o preço altíssimo que os portugueses pagaram no passado" com a austeridade. "O passo nunca pode ser maior do que a perna", reforçou.
No que toca à Agenda do Trabalho Digno, promulgada pelo Presidente, Costa salienta que vai permitir "salários dignos" para os trabalhadores. Já o programa Mais Habitação também será fundamental "para que as famílias sejam apoiadas".
"A maior irresponsabilidade que podíamos ter era seguir no engodo da instabilidade social. Respeitamos o direito à greve, e o Estado nunca interrompeu o processo negocial com os sindicatos, mesmo durante as greves. Temos um novo modelo de recrutamento que acaba com o casa às costas", lembra, salientando as negociações ainda em curso.