"Nunca me vou reformar"

Entrevista com Pedro Santana Lopes no Em Alta Voz.

Foi deputado, secretário de estado e presidente do Sporting. Foi presidente das câmaras da Figueira e de Lisboa, líder do PSD e primeiro-ministro. Abandonou o PSD quando perdeu as eleições internas. Fundou um partido. E desfiliou-se dele. Está, outra vez, presidente da câmara da Figueira da Foz. De enfant terrible dos tempos do cavaquismo, a menino guerreiro, até onde quer ir Pedro Santana Lopes, 65 anos, o político que parece ter sete vidas?

Nesta entrevista Em Alta Voz, recorda a fundação do Aliança e admite que "não deu certo", elogia as qualidades de Luís Montenegro, mas afirma que é preciso esperar para ver, lembra guerras antigas dentro do PSD, mas diz que não tenciona refilar-se e que está "muito bem" como independente. Promete, tal como fez Mário Soares, que "enquanto puder", nunca se vai "reformar" da política.

"Há uma coisa que lhe garanto: enquanto puder, nunca me vou reformar, quero sempre trabalhar e a ideia da reforma assusta-me bastante, parar é morrer. Lembro-me sempre dos exemplos do dr. Mário Soares e da dra. Maria de Jesus Barroso, os dois trabalharam e não pararam, o meu ídolo morreu cedo num atentado a um avião, mas o dr. Mário Soares é extraordinário. Conheço vários exemplos e vocês certamente também, portanto, tenho essa ideia muito firme. O meu pai, aos sessenta e tal anos, por causa de a minha mãe estar doente, parou e veio a aterosclerose", sublinhou Pedro Santana Lopes nesta entrevista à TSF e DN.

Sobre uma eventual candidatura a Belém, jura que "nesta altura" não está "a pensar nisso".

"Não penso nisso. Como calcula, a vida já me ensinou que não vale a pena esses pensamentos, mesmo quem tenha essas ambições. Vou lendo e acho graça aquilo que vou lendo, mas pensar nisso, não penso. O que penso, e esta é a resposta politicamente correta, é em fazer bem o meu trabalho e honrar os compromissos com quem me elegeu, porque é horrível quando os políticos são eleitos e depois se esquecem do que prometeram às pessoas", explicou o presidente da Câmara da Figueira da Foz.

Santana Lopes considera que o SNS está falido e recorda os tempos de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, relatando as dificuldades do Estado para garantir consultas e internamentos.

"A Covid também tapou muita coisa e, na minha opinião, e estive seis anos como provedor da Santa Casa e, portanto, conheço a área da saúde bem, o SNS está falido. Como sabem, durante a pandemia o governo contratou muita gente, enfermeiros, médicos, mas antes sei bem o que era os ministros da saúde a pedir-me mais camas e enfermeiros no inverno, nomeadamente nos picos da gripe. O SNS tem de orçamento este ano 13 mil milhões de euros, mas não chega", acrescentou.

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