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O presidente do CDS-PP considerou esta terça-feira que a demissão de ministra da Saúde já se justificava "há muito", mas alertou que a mudança do titular da pasta não resolve os problemas estruturais do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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"A morte de uma grávida, sendo um caso grave que naturalmente tem de ser apurado, é um aspeto de um conjunto de circunstâncias que justificavam há muito a mudança de ministra, mas principalmente a mudança de políticas no Serviço Nacional de Saúde", afirmou Nuno Melo.
Em declarações à agência Lusa a propósito da demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, noticiada hoje de madrugada, o líder centrista defendeu, no entanto, que "a mudança de rosto não resolve um único problema estrutural do SNS".
"O que temos agora que ver, uma vez decidido o novo ministro ou ministra, é quais as alterações de postura, as decisões, as medidas propostas por este Governo em relação à saúde que melhorem aquilo que atualmente temos, que é um SNS em estado de pré-falência, numa situação que se agravou profundamente desde 2015 por incompetência que é própria", considerou.
Na ótica do CDS, "os problemas do SNS não se resolvem com ideologia", mas com "investimento em gestão, em meios técnicos e humanos, com a valorização do mérito e do esforço dos profissionais de saúde e, obviamente, com uma complementaridade entre o SNS mas também os setores social e privado porque essa complementaridade é boa para todos os doentes e dá resposta a muitos problemas que hoje têm má solução".
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"Mais do que mudança de ministro, vamos esperar aquilo que este Governo terá para apresentar em termos de política de saúde para Portugal", afirmou o presidente do CDS-PP e eurodeputado.
A demissão da ministra da Saúde Marta Temido, anunciada hoje de madrugada, constitui a primeira baixa de 'peso' no XXIII Governo Constitucional, que tomou posse há exatamente cinco meses, em 30 de março.
Marta Temido apresentou a demissão por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo.
A demissão, já aceite pelo primeiro-ministro, foi noticiada de madrugada, mas hoje de manhã fonte oficial do gabinete de António Costa disse à Lusa que a substituição da ministra da Saúde "não será rápida", adiantando que o chefe do Governo gostaria que fosse esta governante a concluir o processo de definição da nova direção executiva do SNS.
Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes, e foi ministra durante os três últimos três executivos, liderados pelo socialista António Costa.
Numa nota divulgada hoje, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, assumiu que aguarda o pedido de exoneração da ministra da Saúde e a proposta de nomeação do seu substituto.