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O líder do CDS, Nuno Melo, e os presidentes centristas das câmaras de Vale de Cambra, Ponte de Lima, Oliveira do Bairro e Albergaria-a-Velha manifestaram-se este sábado, em comunicado, contra o acordo do Governo sobre a descentralização.
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"O recente acordo de descentralização de competências nas áreas da saúde e educação assinado entre o Governo e a ANMP [Associação Nacional de Municípios Portugueses] vem dar razão às preocupações e reivindicações manifestadas desde muito cedo pelo CDS-PP, que ainda na origem do processo legislativo denunciou a enorme irresponsabilidade com que na Assembleia da República foi aprovado", lê-se na nota de imprensa.
O Governo e a ANMP assinaram na sexta-feira, em Coimbra, o acordo setorial de compromisso de descentralização de competências nos domínios da Educação e da Saúde.
Para os centristas, os termos do acordo demonstram que "tal como o CDS-PP vinha denunciando os valores inicialmente propostos pelo governo na área da educação eram manifestamente insuficientes".
Neste capítulo, o comunicado aponta as "verbas previstas para as ações de manutenção e conservação das escolas" e também as das "refeições escolares - sendo que em alguns casos o valor de 2,75 euros poderá ao dia de hoje já não ser suficiente, levando ao risco dos respetivos concursos ficarem desertos - e ainda o financiamento a 100% da grande reabilitação das escolas que estão em mau estado, algumas delas com amianto".
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"O CDS estará vigilante quanto ao cumprimento dos compromissos assumidos pelo governo designadamente no que respeita ao financiamento disponível e aos prazos para a requalificação das escolas, considerando que passado um ano de execução deve ser feita nova avaliação para aferição dos custos reais e respetivo ajustamento se necessário", defende o partido.
Ainda sobre o acordo, e "apesar de responder a legítimas exigências dos autarcas", consideram os signatários que "não resolve a totalidade das questões levantadas", afirmando-se, por isso, que os "preocupa desde logo o silêncio do governo relativamente à transferência das competências na área da ação social, prevista realizar-se obrigatoriamente no dia 1 de janeiro de 2023 e que não teve qualquer avanço apesar das preocupações já manifestadas pelos autarcas".
"Por outro lado, a alocação de verbas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] para a reabilitação das escolas e a reabilitação/construção dos centros de saúde que o governo deixou degradar serve para escamotear a falta de investimento a que temos assistido durante estes últimos anos de governação socialista", assinala a nota de imprensa.
O comunicado termina com o CDS a considerar que "mais uma vez entre apoiar a economia e o crescimento económico do país o governo optou por se ajudar a si próprio num processo que foi desde o início mal conduzido e que agora tenta remediar".
O comunicado é, também, rubricado pelos presidentes da Câmara de Albergaria-a-Velha, António Loureiro, da Câmara de Oliveira do Bairro, Duarte Novo, da Câmara de Ponte de Lima, Vasco Ferraz, e da Câmara de Vale de Cambra, José Pinheiro.