"O Governo envergonhou os portugueses"

Francisco Louçã acusa António Costa de dramatizar no "desespero" de tentar a maioria absoluta. "É uma crise totalmente artificial por uma razão: as eleições europeias estão a correr mal ao PS".

Caiu mal junto da esquerda a ameaça de demissão do governo. Francisco Louçã fala numa crise " totalmente artificial" porque "as eleições europeias estão a correr mal" ao PS e Carlos Carvalhas adianta que António Costa "viu a oportunidade de aparecer junto da direita como o estadista do rigor, da seriedade e da moderação e procurar ver se atinge a abrir e absoluta".

No programa da TSF Pares da República, os dois antigos dirigentes do BE e do PCP analisaram os últimos desenvolvimentos políticos, em tom crítico para o executivo que contou, ao longo da legislatura, com o apoio da esquerda.

"O governo envergonhou Portugal, a imprensa estrangeira anda a tentar perceber o que se passa neste país onde tudo corria bem, a economia até estava a recuperar, as pessoas viviam um pouco melhor, tinham mais esperança e depois, de repente, há uma crise tremenda para antecipar as eleições por mês e meio porque convém ao jogo político do governo", criticaFrancisco Louçã.

Carlos Carvalhas adianta que, nesta dramatização, "já não importaram as empresas de rating" e Louçã concorda que, agora, ficaram de fora os argumentos sobre "o susto da credibilidade externa" porque só importa o "joguinho partidário de curto prazo".

Numa análise aos números que o Governo tem invocado para sustentar que seria "incomportável" acomodar os custos da contagem integral do tempo de serviço dos professores, os dois economistas concordam que ainda existe muito por explicar.

"O ministro das Finanças apresenta números que são contestadas publicamente e não se sente obrigado a fazer um artigo ou dar uma conferência de imprensa a explicar estas contas?" questiona Carlos Carvalhas.

Já para Francisco Louçã, os valores são "fortemente exagerados" e "estratosféricos" porque Mário Centeno "ainda não negociou.

"O ministro diz que são 800 milhões se se cumprir tudo mas ele não negociou. Não se sabe o tempo, porque não foi negociado, não se sabe as formas de pagamento, porque não foram negociadas, não sabe o efeito que tem sobre as pensões e os salários porque nada foi negociado", lembra o fundador do Bloco de Esquerda.

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