O pós-debate num título de jornal: "duas visões" na Ação Socialista, fim das "dúvidas" no Povo Livre

Edite Estrela, que dirige a Ação Socialista, e Sofia Matos, diretora da publicação Povo Livre, divergem quanto à leitura que fazem do debate entre Costa e Rio. Em entrevista conduzida por Fernando Alves, Edite Estrela revelou não ter visto nada de positivo no que Rui Rio apresenta de novo, e referiu mesmo que o PSD "comprometerá reformas do futuro". Já a social-democrata critica o PS por insistir "em soluções que estão falhadas num documento que não conseguiu aprovar".

Para Sofia Matos, cabeça de lista do PSD pelo Porto e diretora da publicação Povo Livre, já não há dúvidas: "Rui Rio é o primeiro-ministro de que Portugal precisa." A social-democrata esteve em direto na Manhã TSF, conduzida por Fernando Alves, com Edite Estrela, que, pelo contrário, interpretou o debate entre Rio e Costa como "dois projetos em confronto, duas visões para o país".

Sofia Matos aproveitou para questionar, sobre o momento "engraçado" em que o primeiro-ministro acenou com o volume do Orçamento do Estado, que não foi aprovado para 2022: "Como é que António Costa segura na mão um documento que não colheu?" E respondeu: "António Costa não traz absolutamente nada de novo para o país, não tem soluções diferentes daquelas que levaram à crise política, exibe esse documento como se fosse uma coisa nova, algo de bom para o país quando ele já levou um chumbo; está agarrado a mostrar a cópia do OE quando sabe que já foi chumbado e que não tem solução para o país."

Edite Estrela, número dois do PS por Lisboa, desvalorizou o gesto, mas realçou que "houve, por parte de Costa, o esclarecimento do que se propunha fazer e com que meios", e que a qualidade do Orçamento não envergonha o Partido Socialista, que o apresentará à Assembleia da República".

"Este Orçamento é verdade que foi rejeitado, mas é um bom Orçamento, é quase consensual que era o melhor Orçamento de todos", rebateu a deputada. Edite Estrela considera que o documento orçamental "foi rejeitado, não pelo seu conteúdo, mas por razões políticas", já que é um OE que "baixa os impostos para a classe média e das famílias, cria mais condições para as pequenas e médias empresas".

Acenar com o OE é "irrelevante", já que "os cidadãos viram o debate e querem é ser esclarecidos", e sobre esses esclarecimentos a socialista tem reparos a fazer ao líder do principal partido da oposição. "O que Rio apresentou de novo não é bom", critica a socialista, que fala em medidas para a Segurança Social que "rebentariam a sustentabilidade dos serviços sociais e comprometeriam o futuro da reforma das novas gerações".

Sofia Matos rebate, contudo, que "a proposta que Rui Rio traz não comprometerá ou deixará de comprometer" a Segurança Social. "Não sei qual a proposta do PS; as nossas reformas já estão comprometidas, mas não são só as nossas e as da minha geração. Em 2040, as pessoas que estarão a receber uma reforma já receberão menos de metade do que o seu último salário."

"A solução do PS permanece em investir em soluções que estão falhadas num documento que nem o próprio conseguiu aprovar. Em termos económicos, insiste em soluções e modelos que não trazem resultados económicos. Exemplo disso é que, até 2026, Portugal será dos países que menos crescerá, segundo dados da OCDE, e ficará atrás dos países de Leste, menos de um", diz Sofia Matos, citando o líder social-democrata, durante o debate com Costa. "Com António Costa, somos cada vez os mais pobres da Europa", atira a cabeça de lista do PSD pelo Porto.

Já no plano da saúde, Edite Estrela assevera que "Costa apresenta um caminho diferente para o SNS, com mais meios". Pelo contrário, afirma, "Rio acabou por dizer que o SNS tem dado uma fraca resposta, e dizer isto em contexto de pandemia..."

LEIA AQUI TUDO SOBRE AS LEGISLATIVAS DE 2022

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