Obras na Sé de Lisboa entram na fase final. Marcelo sem dúvidas sobre o projeto

O ministro da Cultura garante que as obras estarão concluídas "algures no início de 2023".

O Presidente da República visitou esta segunda-feira com o ministro da Cultura as obras na Sé de Lisboa, que em breve deverão entrar na fase final, terminadas as escavações arqueológicas, e afirmou não ter dúvidas sobre o projeto.

"Eu nunca tive dúvidas desde o início. Fui acompanhando, pelo meio ouvi algumas dúvidas, mas aqui pude dissipar qualquer dúvida que tivesse", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no fim da visita, manifestando confiança na segurança e nos critérios de investigação arqueológica.

No seu entender, procurou-se "um equilíbrio difícil" - como disse o ministro da Cultura - entre "levar mais longe essas pesquisas" arqueológicas, o que "em teoria seria infindável", e "não pôr em risco a segurança da Sé".

O Presidente da República referiu que ainda não lhe chegou nenhum pedido de audiência do movimento cívico pela preservação do património arqueológico da Sé de Lisboa, que tem contestado o projeto em curso, mas prometeu: "Quando receber esse pedido os receberei".

Antes, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, congratulou-se por as obras na Sé estarem a entrar numa "fase final", indicando que deverão estar concluídas "algures no início de 2023", e considerou que se encontrou "uma solução de equilíbrio, de compromisso".

Questionado sobre o relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) que aponta vulnerabilidades em caso de sismo, Pedro Adão e Silva defendeu precisamente por isso é preciso "avançar na obra, para garantir que todos os interesses se mantêm preservados: a sustentação do próprio edifício, mas também os interesses arqueológicos".

"Nunca é possível satisfazer tudo em todos os momentos", observou o ministro.

Em nome do Patriarcado de Lisboa, Américo Aguiar saudou igualmente o avanço das obras: "Nós estamos certamente animados".

"Penso que esta visita vem confirmar também este interesse de todas as partes em que o fim da obra seja o princípio da fruição dela, e é isso que nos tem animados", acrescentou o bispo auxiliar de Lisboa.

Durante esta visita, o chefe de Estado ouviu o diretor-geral do Património Cultural, João Carlos Santos, afirmar que o projeto arquitetónico - que tem sido objeto de polémica e foi criticado por historiadores e arqueólogos - já foi revisto duas vezes para integrar vestígios arqueológicos entretanto encontrados.

Segundo João Carlos Santos, na versão atual do projeto a construção subterrânea de um espaço de acolhimento ao público e passadiços para se visitar as ruínas foi reduzida a uma "estrutura mínima" e optou-se também por uma "intervenção mínima" para climatização desse espaço.

"Esta versão do projeto foi aprovada pelo Conselho Nacional de Cultura", assinalou João Carlos Santos, adiantando que a fase de escavações arqueológicas deverá terminar dentro de uma semana.

Depois de uma breve exposição sobre a evolução do projeto, o diretor-geral do Património Cultural perguntou ao Presidente da República se queria colocar alguma questão. "Estou esclarecido", respondeu Marcelo Rebelo de Sousa.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de