Os deputados da oposição não vão comparecer na conferência que a Comissão Europeia organiza esta sexta-feira em Lisboa sobre o crescimento português e a solidariedade da Europa.
Perante a participação de figuras como Durão Barroso, Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho, bem como de outros ministros e comissários, os partidos à Esquerda recusam o papel de figurantes.
Apesar de não existir uma indicação formal da direção da bancada socialista, o PS parece estar unido na rejeição em marcar presença nesta conferência que decorrerá na Gulbenkian.
Numa declaração política em plenário na quinta-feira, Carlos Zorrinho, candidato a deputado europeu, classificou esta iniciativa como tendo «roupagem institucional, mas que se traduz num evento ideológico».
«O objetivo é projetar uma verdade conveniente sobre o que aconteceu a Portugal nos últimos três anos. Não fora essa a intenção e certamente vozes dissonantes teriam sido convidadas para se pronunciar», acrescentou este ex-líder parlamentar da bancada do PS.
Para justificar a sua ausência, os deputados do PS contactados pela TSF alegam que esta conferência é de «sentido único» e recordam que os convites para a conferência só chegaram ontem aos parlamentares socialistas.
PCP, Bloco de Esquerda e "Os Verdes" também rejeitam a iniciativa, porque não faz sentido estar numa conferência que tem como objetivo branquear o papel da Comissão Europeia no resgate a Portugal e onde não têm direito à palavra.