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O temporal continua a preocupar os portugueses e o tema não deixa as quatro paredes da Assembleia da República. Em sessão plenária, na tarde de quarta-feira, os deputados foram das críticas a Carlos Moedas à falta de planeamento do Governo.
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Já depois de António Costa, na terça-feira, ter admitido que o Governo vai acionar todos recursos necessários, incluindo fundos europeus, para responder aos lesados pelas cheias, os vários grupos parlamentares voltaram a lamentar as intempéries que assolam o país.

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Desde logo, o Chega, que foi o primeiro partido a discursar no plenário, criticando o fundo acionado por Carlos Moedas, de três milhões de euros, para auxiliar os lesados com as cheias.
"O presidente de câmara diz que vai dar um apoio à economia e aos que perderam os seus bens, no valor de três milhões de euros. Na realidade, representa 0,002 por cento da câmara municipal. Seria caso para dizermos que não são moedas, são trocos o que estão a dar aos lisboetas", disse, numa referência ao nome do presidente da autarquia.
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A resposta do PSD surgiu logo depois, pelo deputado Luís Gomes, que acusa o Chega de branquear a falta de ação do Governo, atacando o presidente da câmara de Lisboa.
"Três milhões de euros é o que o PS e o Governo dispõe em sede de Orçamento do Estado. E, em todo o país, critica-se que o presidente da câmara de Lisboa possa dotar essa quantia apenas para a cidade", ripostou, lembrando que o partido pediu o aumento do fundo de emergência municipal, com a oposição da maioria absoluta do PS.
Ouça a reportagem.
E, a Iniciativa Liberal, pelo líder parlamentar Rodrigo Saraiva lembrou os tempos de António Costa como autarca, na cidade de Lisboa, quando nas cheias de 2014 "atribuiu a culpa aos caprichos de São Pedro".
"Comportou-se assim como autarca, comporta-se assim como chefe de Governo", afirmou, pedindo mais planeamento ao Executivo.
Já o comunista Duarte Alves, além de mais planeamento, pede aos responsáveis políticos que não se refugiem "em desculpas", como as alterações climáticas.
"Não negamos que as alterações tenham aumentado a frequência destes desastres. Mas as alterações climáticas têm as costas largas quando o poder política se quer desresponsabilizar das opções tomadas ao longo de décadas, para um problema que não é novo", atirou.
O PS, pelo deputado Hugo Pires, fez a defesa do Governo, pedindo à oposição que "não desvalorize" as alterações climáticas "que são uma realidade".
"Os eventos extremos são cada vez mais uma realidade. Temos que perceber e ser sensíveis a isto, de facto, Portugal tem tido um papel pioneiro", defendeu.
Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, admite que Lisboa precisa de um plano de drenagem, já prometido por Carlos Moedas, mas alerta que é preciso "atacar a impermeabilização" da cidade.
"Temos de garantir espaços esponja para salvaguardar a cidade nestes momentos tão difíceis", acrescentou.