"Pacote único." Moedas anuncia mais 85 milhões de euros para construção de habitações em Lisboa

O autarca de Lisboa pede "capacidade de execução e concretização" e afirma que este é "um pacote único na cidade".

Carlos Moedas anunciou, este sábado, um pacote extra de 85 milhões de euros, em colaboração com o Governo, para a construção de habitações. Na conferência sobre os 30 anos do Plano Especial de Realojamento (PER), o autarca de Lisboa explicou como a solução foi encontrada pela vereadora da habitação, Filipa Roseta, e a ministra da Habitação, Marina Gonçalves.

"Vamos avançar com um novo pacote de 85 milhões de euros, ao qual se juntam os 40 milhões. Temos que ter a capacidade de execução e concretização, com a ajuda dos senhores presidentes da junta, que são aqueles que estão no terreno para conseguirmos ter este pacote que será único na nossa cidade", afirmou Carlos Moedas.

Carlos Moedas reforçou que a Câmara Municipal de Lisboa tem atualmente "1.000 habitações em construção", além de outras 1.000 que foram construídas ou reabilitadas ao longo do último ano e que representaram um investimento de 40 milhões de euros na renovação dos bairros municipais.

"Estamos realmente a pôr o pé no acelerador", disse, justificando o investimento anunciado com o "flagelo" de ver habitações vazias nos bairros municipais da cidade e a falta de construção na anterior década.

"Tivemos décadas em que não construímos habitação pública. A senhora vereadora apresentava os números factuais daquilo que aconteceu entre 2010 e 2020, em que não houve, praticamente. Eram 17 habitações por ano. Somos capazes se estivermos unidos também nas diferentes forças políticas para o fazer, unidos não só em construir, mas para o maior flagelo: vermos que temos habitações vazias nos nossos bairros municipais", notou.

Por isso, o autarca de Lisboa descreveu o pacote de 85 milhões de euros como um "anúncio importante para a política em relação aos bairros municipais".

Também presente no mesmo evento, o ex-Presidente da República Cavaco Silva considerou que a crise na habitação "é resultado do falhanço da política do Governo", manifestando "muitas dúvidas" quanto ao sucesso do pacote do executivo, que tem um "problema de credibilidade".

"Como tem sido sublinhado, a atual crise é o resultado do falhanço da política do Governo no domínio da habitação nos últimos sete anos, com custos sociais muito elevados para milhares de famílias", acusou, tendo na plateia, entre outros, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e o líder do PSD, Luís Montenegro.

Apesar de identificar medidas positivas como o fim dos 'vistos gold', o antigo chefe de Estado apontou "outras medidas negativas", considerando que o novo pacote de medidas do Governo para a habitação "tem um problema de credibilidade".

"Como o historial do Governo dos últimos sete anos não é positivo em matéria de cumprimento de promessas feitas, o novo programa de habitação sofre do problema de credibilidade próprio das políticas do atual executivo", considerou.

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