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"Até ao dia 18 [de agosto, dia em que foi desconvocada a greve dos motoristas], a minha decisão era não ser candidato, pelo Partido Democrático Republicano (PDR) ou pelos outros partidos que me convidaram [...]. E o que me fez tomar esta decisão de ser candidato foi o senhor primeiro-ministro e a forma e as atitudes que o Governo tomou contra os motoristas e contra os direitos dos trabalhadores em geral", afirmou Pedro Pardal Henriques, este domingo, após uma ação de campanha nas Festas de Corroios.
O também advogado acrescentou: "O absurdo que aconteceu nesta greve, de colocarem a máquina do Estado e as diversas entidades, que deveriam estar a servir os portugueses, mas simplesmente estavam a servir os interesses do senhor primeiro-ministro e do Governo, foram os que me levaram a tomar a decisão de aceitar ser candidato pelo PDR".
"Portanto, a única pessoa que me fez mudar de opinião foi efetivamente o senhor primeiro-ministro, porque acho que é altura de existir um partido que efetivamente se preocupe com os direitos dos trabalhadores", reforçou o agora cabeça de lista por Lisboa do PDR.
Numa entrevista à Lusa, Pardal Henriques considerou ainda "lamentáveis" as declarações do primeiro-ministro e disse que "se não for por insegurança e medo [...], não são explicáveis".
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A ação de campanha em Corroios levou o candidato do PDR a dizer ter sentido "as pessoas muito revoltadas com a postura do Governo em relação aos trabalhadores", dando, por isso, "apoio" ao seu partido.
O PDR já tinha emitido um comunicado em reação à entrevista, no qual dizia que não podia "deixar de se insurgir e lamentar as declarações, no mínimo, infelizes de António Costa, onde considera que a greve dos motoristas de matérias perigosas revelou uma instrumentalização de trabalhadores em prol de um candidato e, simultaneamente, uma ingenuidade por parte da comunicação social".
No comunicado, o partido considera que "António Costa tem mais receio dos sindicatos independentes do que tem dos seus ex-aliados da 'geringonça', provavelmente porque os conseguiu calar e amarrar durante estes últimos quatro anos".
E realça que o primeiro-ministro, na entrevista, "acusa veladamente o PDR de instrumentalização de um conjunto de trabalhadores para a promoção eleitoral de um candidato", não deixando ainda de "criticar a comunicação social, a qual acusou de 'ingenuidade' no tratamento do tema".