- Comentar
A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira na generalidade, com os votos a favor do PSD, CDS, Iniciativa Liberal e oito deputados do PS, o projeto social-democrata para transferência da sede do Tribunal Constitucional e Supremo Tribunal Administrativo para Coimbra.
O projeto de lei do PSD baixou à primeira comissão com as abstenções da maioria da bancada socialista, do PCP, Bloco de Esquerda, Verdes, das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues e com os votos contra do Chega e PAN.
Em declarações à TSF, o deputado socialista Ascenso Simões, um dos oito que contrariou a maioria da bancada parlamentar do PS, defendeu que os portugueses estão cansados do centralismo de Lisboa.
"Temos cada vez mais gente a decidir no país que conhece mais capitais europeias do que capitais de distrito", lamenta Ascenso Simões, que fala mesmo de um "movimento subterrâneo" dentro do PS que "contesta o empenho e determinação do primeiro-ministro em promover a descentralização".
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias

Leia também:
"Cada vez mais gente que decide conhece mais capitais europeias do que capitais de distrito"
Pedro Coimbra, também deputado do PS, mas eleito pelo círculo eleitoral de Coimbra, assume que votou para "defender a região" que representa no Parlamento, e recusa acusações de eleitoralismo.
"Era o que me faltava, não temo nada", garante o parlamentar. "O tempo é inoportuno, mas quem o escolheu foi o grupo parlamentar do PSD, teria sido muito mais feliz se tivesse ocorrido daqui a 15 dias, depois das eleições", nota o deputado socialista. "E até estou certo de que viria a colher maior consenso e apoio."
Neste caso, nota Pedro Coimbra, "o timing é acessório e o essencial é o conteúdo".
Pedro Coimbra não teme ser acusado de eleitoralismo.