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O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, defendeu esta terça-feira que comentar a entrevista do primeiro-ministro, António Costa, à Visão é estar a "alimentar novelas laterais" com interesse de "quase zero".
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Em Vila Real de Santo António, o governante explicou que, após ler a entrevista, não encontrou motivos para a criticar como têm feito várias figuras socialistas, incluindo o antigo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, que o fez na TSF.

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Esta tarde, Pedro Nuno Santos assinalou que "muitos se prendem na forma" antes de relevar que António Costa está a liderar o Governo num "momento tremendamente difícil para o país e para a Europa".
"Estamos a falar da entrevista de um primeiro-ministro que, ao longo destes últimos seis, sete anos, conseguiu dar resposta a grande parte dos nossos problemas e que está neste momento a liderar um governo num momento tremendamente difícil para o país e para a Europa. É nesse trabalho que estamos concentrados, não só na transformação estrutural do país, mas também nas respostas aos problemas que vamos enfrentando", assinalou o responsável pela pasta das Infraestruturas e Habitação.
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Questionado pela TSF sobre o tom utilizado pelo primeiro-ministro na sua entrevista à revista Visão, Pedro Nuno Santos defendeu que o que é "verdadeiramente importante é focarmo-nos naquilo que é importante para as pessoas e não estarmos sistematicamente a alimentar novelas laterais que, ao povo português, interessam quase zero".
Ministro recusa "alimentar novelas laterais".
Em entrevista à Visão, António Costa defendeu que o que explica a mudança da liderança da IL é o facto de João Cotrim de Figueiredo "não se conseguir adaptar a este novo estilo histriónico que a Iniciativa Liberal quer ter, de guinchar um bocadinho mais alto do que o Chega", considerando que "fica é ridículo porque os 'queques', quando tentam guinchar, ficam ridículos perante o vozeirão popular que o Ventura consegue fazer".
Na mesma entrevista, o chefe de Governo diz aos partidos da oposição para "se habituarem" com a sua maioria absoluta e os quatro anos da atual legislatura.
Interrogado na entrevista se pretende candidatar-se à Presidência da República, António Costa recusou, sublinhando que "cada um tem a vocação que tem, e quem gosta de ser primeiro-ministro e tem vocação para isso dificilmente se adaptará a uma função que é muito distinta".

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"Esse assunto, esqueçam! Nunca, jamais, em tempo algum. E não é jamais, é mesmo nunca!", afirmou.
Já questionado se estaria interessado numa alta função nas instituições europeias, o primeiro-ministro defendeu que já tem esse cargo "por inerência", enquanto chefe de Governo de um Estado-membro da União Europeia, o que lhe dá um assento no Conselho Europeu.
"Tenho um mandato, aqui, até outubro de 2026. (...) Neste momento, tenho uma grande missão, que me ocupa bastante e me deixa totalmente realizado. Na minha vida, nunca andei a pensar no que ia fazer a seguir", afirmou.
Sobre se uma eventual saída em 2024 está "totalmente excluída", Costa respondeu: "Nenhum médico me disse que tinha de sair em 2024, e, como sou otimista, espero de estar de ótima saúde, nessa altura, para continuar".