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O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou esta terça-feira que a política salarial que está a ser seguida em Portugal "responde de forma adequada" à estimativa de inflação. Ministro falava no final de dois dias de reuniões em Bruxelas, nas quais se discutiu um relatório da Comissão Europeia que admite margem em Portugal para aumento de salários.
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"A nossa política salarial é a política adequada para responder às necessidades de assegurar o poder de compra durante o ano de 2023, sem com isso contribuir para um aumento das tensões inflacionistas no nosso país", argumentou o ministro.
Ouça aqui a reportagem.
"Estamos a começar o ano, nós temos as projeções, quer do Governo, quer da Comissão Europeia. Elas não são exatamente iguais, mas a política que definimos do ponto de vista salarial e de rendimentos tem uma capacidade hoje de resposta que é efetiva. E soma a essa política toda a que fazemos do ponto de vista fiscal e de apoio à mitigação do aumento dos preços", sublinhou Medina.
Também no final da reunião do Ecofin, o vice-presidente da Comissão Europeia, com as pastas económicas, Valdis Dombrovskis afirmou que deve ser encontrado "um equilíbrio" entre inflação e política salarial, admitindo que se trata de algo que é "delicado".
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"A reação às pressões de subida de preços também exige ajustamentos salariais", admitiu Dombrovskis, considerando que "em simultâneo é preciso evitar espirais [de] salários [e] preços".
Como um contributo para as discussões dos ministros, Bruxelas apresentou um relatório em que admite que os "salários sejam calibrados", para "apoiar o poder de compra dos trabalhadores", procurando em simultâneo "suavizar a pressão" sobre a inflação.
Retenção
O ministro admitiu que já na quarta-feira desta semana vai reunir-se "com os sindicatos" para discutir a correção da tabela de retenção na fonte, admitindo que a medida adoptada para evitar que a subida de escalão contributivo represente perda de salário possa ser antecipada para o primeiro semestre.
O esclarecimento de Fernando Medina surgi depois de a FESAP denunciar que milhares de funcionários públicos podem não sentir os efeitos da medida nos seus salários.