Políticas de esquerda ou liberais? Marisa e Mayan divergiram em tudo

Os candidatos a Presidente da República mostraram posições diferentes em todos os setores.

Marisa Matias e Tiago Mayan Gonçalves mostraram posições muito distintas no frente a frente antes do início oficial da campanha para as eleições presidenciais. Da economia à saúde, os dois candidatos mostraram porque se inserem em diferentes espetros políticos.

Logo no setor da saúde, a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda aconselhou Tiago Mayan Gonçalves a retratar-se das acusações a Marta Temido, sobre as mortes durante a pandemia. O candidato da Iniciativa Liberal (IL) não deu qualquer passo atrás, e reafirmou que a situação em Portugal tem de ter responsáveis

"Temos um cenário em que metade do excesso de mortes em Portugal não são explicadas pela Covid-19. Este cenário é indesmentível, e tem que ter responsáveis. Os responsáveis políticos são quem tomou a opção de não utilizar toda a capacidade instalada na saúde para dar resposta . Ainda hoje, saiu no jornal Público a demonstração do que estou a dizer", justificou

A IL defende que o Governo deve chamar o setor privado para responder às restantes doenças, além da Covid-19.

No duelo setor público ou setor privado, Marisa Matias sublinha que há uma diferença de fundo entre os dois candidatos, e acusa a IL de querer colocar o Serviço Nacional de Saúde a financiar os hospitais privados.

"A resposta de mercado é a resposta dos privados que queriam 13 mil euros por doente na primeira vaga da pandemia. É a resposta do doente que esteve internado nos EUA e teve uma conta de um milhão de dólares. Obviamente que temos uma fatia muito grande que vai para os privados, os 41 por cento", disse.

A candidata do Bloco de Esquerda explica que o Estado poupará cem milhões de euros por ano se começar a realizar análises e outros meios de diagnóstico, mediante investimento no Serviço Nacional de Saúde.

Políticas iliberais? "Desemprego e baixos salários"

Na economia, os candidatos a Presidente da República voltaram a não esconder divergências.

Tiago Mayan Gonçalves afirmou que o alto desemprego em Portugal se explica pela falta de políticas liberais.

"Os dados da OCDE indicam que somos dos países com leis laborais mais rígidas. Qual é o resultado disso? Baixos salários, taxas de desemprego jovem de 26 por cento, sem contar com os que tiveram de imigrar. Este é o resultado de adotar políticas não-liberais."

O candidato da IL justifica com a economia de países liberais, com "mais emprego e melhores salários".

Por outro lado, Marisa Matias garante que Portugal já viveu com políticas liberais, durante o Governo PSD-CDS. "As pessoas em Portugal não se esqueceram das políticas liberais, durante o Governo de Passos Coelho, que as colocaram no desemprego", atira.

A candidata do Bloco de Esquerda defendeu ainda que as medidas da gerigonça melhoraram a vida dos portugueses. "O Tiago tem esta questão de todos os males da gerigonça, que eu apoiei. E durante esse tempo conseguiram-se medidas como a redução do salário mínimo, que melhoraram a vida de mais de um milhão de pessoas. De facto, não foram medidas liberais", explicou.

Sobre o provável confinamento que Portugal vai enfrentar a partir da próxima semana, os candidatos lembraram que vão estar na reunião do Infarmed para ouvir os especialistas, antes de o Governo anunciar as novas medidas.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de