«Portugal é hoje um país vagamente soberano, em que um primeiro-ministro quando tem de decidir medidas de austeridade gravíssimas não as comunica ao Presidente da República», mas «discute-as com uma chanceler de um país estrangeiro», afirmou, fazendo referência ao encontro de José Sócrates com a chanceler alemã, Angela Merkel.
Para Nuno Melo, que falava ao programa Gente que Conta deste domingo, esta atitude é «obviamente» premeditada, porque o Chefe do Governo «sabe que a ajuda internacional decorre do fracasso na governação».
«Se tem que sair e se tem que vir a ajuda internacional, nessa encenação» o Governo cria «a ideia de que assim sucederá porque a oposição não permitiu a aprovação de um Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que resolveria tudo», interpretou o eurodeputado do CDS, frisando que este PEC «não resolve coisa nenhuma».
Nuno Melo, que foi uma das figuras da comissão de inquérito ao caso do Banco Português de Negócios (BPN) antes de ir para o Parlamento Europeu, voltou a pôr o dedo na ferida sobre a investigação criminal, estranhando que nunca ninguém lhe tenha pedido documento nenhum, já que nem todo o material recolhido podia ser revelado na comissão de inquérito.
«As malas estão em vários sítios», sendo que «se me acontecer alguma coisa também alguém há-de saber onde elas estão», informou.
Nuno Melo voltou ainda a criticar a postura do então governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, cujo «prémio» foi a ida para o Banco Central Europeu (BCE), ironizou.
O programa Gente que Conta passa na Emissão da TSF depois do noticiário das 11:00 horas deste domingo e fica disponível depois dessa hora na página do programa.