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O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, revelou esta terça-feira que o país vive uma "situação grave" de escassez de água mas, para consumo humano, está "salvaguardada por um período de dois anos". Algo que, sublinhou, é tido em consideração nas medidas que vão sendo tomadas.
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Apesar da gravidade do problema, o responsável pela pasta do Ambiente deixou uma "mensagem de confiança", garantindo que o país tem "instrumentos e conhecimento" para ultrapassar esta adversidade.
O governante realçou igualmente a "enorme cooperação" entre as duas tutelas, Ambiente e Agricultura, para ultrapassar o problema da seca, enfatizando que todos os cidadãos têm a oportunidade de ajudar através dos comportamentos, adotando uma atitude "preventiva" para evitar que tenham de ser tomadas medidas "com impactos mais gravosos" ao longo do ano.

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"A situação está relativamente controlada, mas num ano particularmente difícil. Temos de nos habituar a viver com menos água", alertou Duarte Cordeiro.
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O ministro do Ambiente e da Ação Climática, anunciou que, até 30 de setembro, o Governo fará reuniões mensais de acompanhamento da situação da seca em Portugal. Os valores apresentados pela ministra Maria do Céu Antunes exigem "um acompanhamento muito pormenorizado" com a continuação das subcomissões de âmbito regional para discussão de medidas.
"Desde 1 de fevereiro foram tomadas cerca de 78 medidas nacionais e regionais", refere Duarte Cordeiro, anunciando mais 28, juntando às 50 que já estavam em vigor.
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O ministro do Ambiente e da Ação Climática anunciou uma parceria com Espanha, com reuniões regulares de acompanhamento da situação hidrometeorológica de ambos os territórios.
"Vamos ter uma reunião, no final deste mês, em Lisboa, para averiguar o cumprimento das responsabilidades de cada um", explicou.
Em zonas mais vulneráveis foram encerrados fontanários e foi reduzida a rega em espaços verdes. O Governo anunciou também "um grande investimento" para reutilizar águas para a rega.
De forma estrutural, para o Plano de Recuperação e Resiliência tem previstos 200 milhões de euros para o Plano Regional de Resiliência Hídrica do Algarve, "que passa por uma maior generalização da utilização das águas residuais e por um investimento de dessalinização como um instrumento novo de reutilização de água do mar".
Outra das medidas do Governo será um investimento em campanhas de sensibilização para um melhor uso da água, que arrancam já no próximo mês de julho. Para já existem campanhas apenas nas regiões com maior incidência de seca.
O Governo anunciou esta terça-feira que vai lançar a partir de julho campanhas de promoção do uso eficiente da água, dirigidas a todos os tipos de consumidores, com reuniões mensais de acompanhamento da situação até final de setembro.
As medidas foram anunciadas pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, numa conferência de imprensa conjunta com a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, depois de os dois ministros presidirem à 9.ª Reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, na qual foi feito um ponto da situação relativo à situação meteorológica, hidrológica, hidroagrícola e das culturas e abeberamento animal, e a avaliação de situações críticas.
Os ministros recordaram que, segundo previsões oficiais, 34% do país está em seca severa e 66% está em seca extrema, e que as previsões de chuva não irão inverter a situação.