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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou claro que não quer uma saída antecipada de António Costa do Governo. No primeiro discurso do terceiro mandato, o primeiro-ministro empossado confirma que uma maioria absoluta e estabilidade "até outubro de 2026".
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"A maioria absoluta que nos foi concedida, não significa poder absoluto. Nunca o poderia constituir e muito menos eu o poderia interpretar. Faço parte de uma geração que se bateu contra uma maioria existente, que tantas vezes se confundiu com um poder absoluto", recordou António Costa, numa referência aos 10 anos de Cavaco em São Bento.
"Pelo contrário, a maioria absoluta corresponde a uma responsabilidade absoluta para quem governa, ausência de álibis e de desculpas, os portugueses resolveram nas eleições a crise política e garantiram a estabilidade até outubro de 2026", sublinhou.

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Um apelo aos jovens
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Antes, o primeiro-ministro tinha classificado como "determinante" a participação e empenho dos jovens no desenvolvimento do país ao longo da legislatura que agora se inicia.
"A vossa visão para o futuro é insubstituível. Precisamos de ouvir as vossas vozes, as vossas ideias, as vossas ambições. Só assim os poderemos ajudar a enfrentar os vossos medos, as vossas incertezas e a alcançar os vossos sonhos", disse.
António Costa defendeu mesmo que só com essa atitude se poderá "garantir que a geração mais qualificada de sempre se torne, também, na geração mais realizada de sempre".
"A vossa geração é a mais bem preparada da história deste país e aquela que mais capacidade tem para o transformar. A mudança depende de vós e só com a vossa participação poderemos continuar a crescer, melhorar e avançar", sustentou.
O líder do executivo advertiu depois que "não basta virar a página do passado". E, dirigindo-se aos jovens, acrescentou: "Está na hora de escreverem a vossa própria história. Para isso, é essencial a unidade em torno de objetivos comuns, de tal modo ambiciosos que mobilizem cada uma e cada um de nós, como nunca".
Incerteza nas nossas vidas
Dirigindo-se ao novo Governo, o primeiro-ministro alertou que o executivo tem de trabalhar "para combater os efeitos" da invasão russa à Ucrânia.
"A guerra acrescenta um enormíssimo fator de incerteza às nossas vidas, à nossa vida familiar, à saúde das nossas empresas e por isso aos nossos empregos. Esta guerra confronta com a sua maior crise humanitária desde a Segunda Guerra Mundial", referiu.
"Esta guerra é um teste à capacidade das democracias de garantirem a paz", enaltecendo o "espírito de solidariedade dos portugueses que acolhem refugiados ucranianos em Portugal".
"Se em 2015 recuperar da austeridade, e em 2020 responder à pandemia, agora em 2022 vamos saber enfrentar os impactos da guerra e prosseguir a nossa trajetória de crescimento", promete.

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