O CEO do SNS, Fernando Araújo, admite mudar as lideranças hospitalares a Sul para evitar o caos a que se tem assistido em vários serviços de urgência. Em entrevista à TSF e ao JN, Araújo assinala que aquilo a que se tem assistido "não é normal" e garante que no Norte não há "esse tipo de problemas", enquanto no Sul tem havido "essa cultura".
Assim, admite que é preciso "mudar lideranças" para apostar nas que sejam "competentes e qualificadas", para que possam fazer a diferença.
Leia aqui o excerto da entrevista
Como é que se explica que haja hospitais que "internam" doentes nas urgências durante dias?
Também não consigo compreender. Quer dizer, consigo compreender de forma superficial. Tenho estado a visitar alguns desses hospitais e é verdade que existem aqui várias dimensões diferentes.
Também há unidades que continuam de algum modo a gerir as camas por serviços. Ou seja, deixam doentes em salas de observação de urgência quando há vagas no internamento.
Isso não é normal. Na região Norte (tirando uma unidade) nós não temos esse tipo de problemas. No Sul temos tido essa cultura. Temos de mudar as lideranças. Mudar a forma. Porque é verdade que se impacta várias coisas. Desde, por exemplo, a questão de hospitalização domiciliária, de cirurgia de ambulatório, de demoradas médias, de gestão integrada de camas.
É preciso mudar lideranças?
É preciso mudar lideranças. Ter lideranças competentes e qualificadas faz a diferença.
Isso é comprar uma guerra?
Mas temos de enfrentá-la. A mudança começa nesta forma. Estávamos a falar, ainda há pouco, de cativar pessoas. Bons líderes são aqueles que conseguem cativar os melhores quadros. Se nós não fizermos isso, as pessoas tendem a fugir. Portanto, as lideranças, para mim e para nós, em termos de direção executiva, serão seguramente uma das batalhas mais importantes do SNS.