Professores e esquerda desalinhados: viabilizar propostas da direita é "criar ilusões"

Na TSF, Francisco Louçã e Carlos Carvalhas consideraram que foi o "desespero" que levou o líder da Fenprof a pedir à esquerda para deixar passar as propostas do PSD e do CDS sobre os professores.

Desta vez, vozes de esquerda, como os antigos dirigentes do BE e do PCP, não alinham com Mário Nogueira no apelo que fez para que fossem viabilizadas as propostas do PSD e do CDS.

Se o líder da Fenprof, em entrevista à TSF, tinha apelado à abstenção como "saída possível" em nome de um "interesse maior", Francisco Louçã considera que isso seria "inaceitável" porque "a proposta da direita é muito hipócrita".

"A proposta é: 'nós prometemos tudo com uma mão e não damos nada com outra", critica o fundador do Bloco de Esquerda para quem o apelo de Mário Nogueira resulta do "desespero dos professores e dos seus sindicatos e da forma como se sentem prejudicados por negociações que eram sempre a fingir".

Carlos Carvalhas alinhou no tom: "Só percebo isso pelo desespero. A certa altura as pessoas agarram-se a qualquer coisa."

"No ponto de vista e naturalmente respeitando opiniões contrárias, isto era agarrar-se a nada. Era criar a ilusão aos professores", defendeu o antigo secretário-geral do PCP na defesa de que "a luta deve continuar mas não se vai criar na lei um obstáculo para o futuro".

No Programa Pares da República, Francisco Louçã considerou que a solução defendida por PSD e CDS de fazer depender a recuperação do tempo da situação económica ou das metas do Tratado Orçamental, seria "pôr nas mãos do Ministro das Finanças com Bruxelas, uma parte do salário dos professores"

"Passaria a ser damos um bocadinho, mais ou menos, conforme se pensa que estão as contas públicas. Era uma espécie de parte flexível, dependendo dos ares que passam no Terreiro do Paço. Isso não pode ser assim", rematou Louçã.

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