PS critica Moedas. Vereador diz que altar-palco para JMJ "é encenação forçada e desesperada"

No Fórum TSF, Pedro Anastácio adianta que o PS, o Bloco de Esquerda e o PCP pediram as estimativas de custos do evento e, até agora, a autarquia de Lisboa ainda não forneceu esses dados.

A oposição socialista na Câmara de Lisboa queixa-se da falta de informação sobre a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Instalada a polémica com os custos do altar-palco, Pedro Anastácio, vereador do PS na Câmara de Lisboa, critica Carlos Moedas.

"O recurso extensivo e intensivo à figura do ajuste direto foi uma escolha política da equipa de Carlos Moedas, assim como foi uma escolha política ocultar os cadernos de encargos das empreitadas que são partilhadas no portal da contratação pública", afirma Pedro Anastácio no Fórum TSF, sublinhando que, desde junho de 2022, "ficou assumido que a autarquia teria de fazer o altar".

"Se fosse lançado um concurso público até setembro ou outubro de 2022 garantia que a obra começava no dia que vai acontecer através do ajuste direto. Atirar a responsabilidade do palco ou outras estruturas efémeras que são agora a ser contratadas por ajuste direto por um executivo que terminou funções há dois anos é obra. Diria até que me parece que é uma encenação forçada e desesperada de quem não quer assumir que não fez nada durante mais de um ano", atira.

O vereador socialista relembra que na câmara municipal de Lisboa, o PS, o Bloco de Esquerda e o PCP estão "há largos meses a pedir as estimativas de custos detalhadas de um evento que vai começar daqui a pouco mais de seis meses". "Não temos nada e agora, sim, percebemos porquê."

A JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas 1,5 milhões de pessoas.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

A maquete do altar-palco já foi revelada e no local também já se podem ver máquinas envolvidas no processo de construção.

Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, anunciou, esta quarta-feira, que o município tem um investimento estimado de 35 milhões de euros na preparação e realização dos eventos da JMJ, sendo a maior verba aplicada no Parque Urbano Tejo.

Nesta parcela de terreno destaca-se a reabilitação do aterro sanitário de Beirolas (7,1 milhões de euros), a montagem de um altar-palco (4,24 milhões de euros), a construção de uma ponte pedonal sobre o Rio Trancão (4,2 milhões de euros) e de infraestruturas e equipamentos de saneamento, abastecimento de água e eletricidade (3,3 milhões de euros).

As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

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