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O deputado socialista Rui Lage assinalou que a Revolução Liberal de 1820 é a única revolução descentralizada a triunfar, trazendo a "livre comunicação dos pensamentos, a separação de poderes, a igualdade jurídico-formal, a extinção da inquisição e a abolição da tortura, o respeito pela liberdade e pela propriedade individuais, um governo representativo, e, claro está, o voto por sufrágio universal, ainda que severamente amputado no seu alcance".
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Notando que esta primeira Constituição estava "adiantada face ao tempo político nacional", Rui Lage afirma, na cerimónia de celebração do bicentenário que decorre esta sexta-feira no Parlamento, que terá sido por isso que teve um "fim precoce".
O deputado socialista questiona ainda o que pode ser hoje o "espírito constitucional". A resposta? "Um antídoto" quando, pela Europa, "a separação de poderes afrouxa e o credo iliberal faz caminho".

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"As constituições também morrem. E não faltam nações onde os direitos liberais e sociais permanecem indisponíveis, senão mesmo inalcançáveis", repara.
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Rui Lage sublinha que a Constituição representa juridicamente "a liberdade que a democracia constitui politicamente" e que dela "recebemos direitos e deveres", porque "o bem de todos" é "a felicidade social".
"Que viva, pois, o espírito da Constituição de 1822!", conclui.
A Assembleia da República celebra esta sexta-feira em sessão solene o bicentenário da Constituição de 1822 que, para o presidente do Parlamento, foi precursora na consagração de direitos que atualmente são "tão naturais" como respirar.
Com a presença do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, a sessão solene teve início às 10h00 e vai ser o "ponto culminante" das celebrações do 200.º aniversário da primeira Constituição portuguesa.