PS sobe o tom e acusa Bloco de Esquerda de estar a mentir

No pingue-pongue do Orçamento, PS acusa Bloco de mentir sobre nova prestação social e Novo Banco. Ainda assim, volta a manter a porta aberta para negociar e reconhece que é preciso haver cedências para levar negociação a bom porto.

A guerra comunicacional no espaço público entre PS e Bloco de Esquerda sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano parece não ter fim à vista. Agora é João Paulo Correia, vice-presidente da bancada socialista, quem vem a terreiro acusar o Bloco de estar a mentir sobre a questão do combate à pobreza e do Novo Banco.

"Dizer que o governo não está a fazer um enorme esforço orçamental no combate à pobreza porque prefere pegar nesse montante e colocá-lo no Fundo de Resolução é uma mentira que não podemos deixar passar em claro porque o OE2021 não prevê a transferência de um cêntimo de dinheiros públicos para o Fundo de Resolução", considera João Paulo Correia em resposta à conferência de imprensa que o Bloco fez sobre as prestações sociais.

E num momento de publicidade ao documento entregue pelo governo, o deputado socialista lembra algumas das medidas inscritas para o combate à pobreza que passam pelo o aumento do salário mínimo, pelo aumento extraordinário das pensões para as pensões mais baixas e ainda o aumento do limite mínimo do subsidio de desemprego.

Já sobre a nova prestação social, João Paulo Correia lembra que estão orçamentados 450 milhões de euros. O Bloco quer que a fasquia suba para os 800 milhões.

Mas as acusações de mentira continuam e ainda tocam no SNS. "Dizer que no próximo ano o OE não prevê um reforço do investimento no SNS, dizer que esse esforço não existe, também é mentira. O OE2021 prevê a contratação de 4200 profissionais, prevê o reforço do investimento nos cuidados paliativos, no plano nacional de saúde mental, na construção de hospitais", sublinha.

Ainda assim, mesmo com o endurecer do tom, as negociações podem prosseguir, desde que haja cedências. "Da nossa parte, continuamos disponíveis para a negociação com a boa-fé e uma boa negociação pressupõe que as duas partes queiram ceder para que o desfecho da negociação seja positivo", nota João Paulo Correia.

Questionado sobre se os portugueses entendem esta guerra comunicacional com acusações de parte a parte e se não seria melhor resolver tudo dentro de portas, João Paulo Correia foge à resposta dizendo que o PS está à espera do Bloco.

"Nós continuamos à espera que o Bloco de Esquerda responda àquilo que foram as últimas propostas que foram apresentadas no sentido de caminharmos para mais uma aproximação. Como todos os portugueses entenderão, não é possível continuar a negociar quando os princípios e acusações que se lançam para o processo negocial são baseados em mentira. Da parte do PS, bom senso e responsabilidade também significa denunciar as mentiras", conclui o parlamentar socialista colocando mais uma pedra na engrenagem da aprovação do Orçamento para o próximo ano.

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