Miguel Macedo, líder parlamentar do PSD, fala de uma medida injustificada e que discrimina os funcionários públicos e desafia o primeiro-ministro e o ministro das Finanças a apresentarem explicações.
Em causa a compensação que o Governo Regional dos Açores decidiu dar aos funcionários públicos por causa dos cortes de 5 por cento nos salários, um corte decidido pelo Governo da República.
Os funcionários que ganham mais de 1500 euros vão assim conseguir manter o salário devido a esta medida compensatória.
«As excepções devem ser bem justificadas e fundamentadas. Não faz nenhum sentido que haja funcionários que sejam privilegiados e outros discriminados. O que se está a passar nos Açores é a todos os títulos injustificado», considera o social-democrata Miguel Macedo.
Esta medida compensatória teve o voto contra do PSD açoriano precisamente com o argumento de que se trata de uma decisão que cria desigualdade entre os funcionários públicos.
Também a deputada do CDS-PP, a deputada Cecília Meireles, não encontra justificação.
«É bastante inexplicável que cada vez que o Governo apresenta um plano de austeridade, depois são apresentadas não sei quantas excepções a esse plano», realça.
O Bloco de Esquerda, pela voz de Mariana Aiveca, diz que é «curioso» que seja um governo regional do PS a pôr em causa os cortes decididos pelo governo socialista.
Bernardino Soares, o líder da bancada do PCP, entende que esta questão está a ser lida ao contrário.
«O problema desta questão não é que na região autónoma dos Açores os trabalhadores da administração pública não sejam penalizados nos seus salários, o problema é que no resto do país os trabalhadores estejam a ser penalizados nos seus salários e a medida deve ser vista deste ponto de vista», considera Bernardino Soares.