PSD exige pedido de desculpas ao PS

O PSD exigiu, esta segunda-feira, um pedido de desculpas ao PS, acusando o partido de fazer jogos de palavras com as propostas de revisão constitucional dos social-democratas.

O presidente da Comissão de Jurisdição do PSD acusou, esta segunda-feira, o PS de transmitir um conjunto de falsidades, não verdades e grandes mentiras sobre as propostas de revisão constitucional dos social-democratas, nomeadamente quanto ao fim do Serviço Nacional de Saúde.
 
Em conferência de imprensa na sede do PSD, Calvão da Silva, que integra a comissão de redacção da proposta de revisão constitucional do partido, recordou as principais críticas que o PS tem feito a essas mesmo propostas, acusando os socialistas de estarem a fazer um jogo de palavras. 
 
«É um conjunto enorme de falsidades, de não verdades e mesmo muitas vezes de puras grandes mentiras», acusou, considerando mesmo que o primeiro-ministro e secretário-geral do PS fez este fim-de-semana «afirmações graves, que não correspondem à verdade».
 
Por isso, acrescentou, em nome da transparência, da «civilização do debate político» e da «elegância de estilo», o PSD decidiu «repor a verdade».
 
«Tudo isto é falso, tudo isto não corresponde em nada ao projecto de revisão constitucional que o PSD apresentou ao Conselho Nacional», acrescentou, referindo-se às críticas dos socialistas, nomeadamente em relação ao que os social-democratas propõem em matéria do Serviço Nacional de Saúde, escola pública, progressividade de impostos e despedimentos.
 
«Tudo isto merece ou não merece um pedido de desculpas aos portugueses? O senhor primeiro ministro e secretário geral do PS saberá. Se fosse eu mal informado, mal esclarecido ou mal 'briefado' faria com todo o gosto», acrescentou Calvão da Silva, que falava no intervalo da reunião da comissão de redacção da proposta de revisão constitucional do PSD, presidida por Paulo Teixeira Pinto.
  
Relativamente ao Serviço Nacional de Saúde, o jurista insistiu que o PSD propõe um serviço nacional de saúde universal e geral, «não podendo em caso algum o acesso ser recusado por insuficiência dos meios económicos».
 
Considerando que em «política não vale tudo», o jurista rejeitou igualmente a «falsidade» transmitida pelo PS sobre a «justa causa» nos despedimentos, assegurando que os social-democratas dizem que «é garantida a segurança no emprego, não podendo haver despedimentos sem justa causa ou motivo atendível».
 
«Se o motivo é injusto já não pode ser atendível», explicou, adiantando que o que é justa causa e motivo atendível será definido na lei ordinária. 
 
Questionado se as propostas inicialmente tornadas pública serão «suavizadas», Calvão da Silva não respondeu directamente, lembrando que a comissão nacional e o líder do partido têm «um mandato» lato para depois de apresentado o texto produzido pela comissão de redacção elaborarem «aquele que considerarem ser o seu texto». 
 
«Esse mandato lato vai ser utilizado e como bem entender, soberanamente pelo presidente do partido e pela comissão política», referiu, insistindo que apenas o texto apresentado pelo líder vinculará o partido.
   
Interrogado, então, qual o papel do trabalho da comissão de redacção, Calvão da Silva disse que a comissão de redacção está a trabalhar para «evitar vazios». 
 
«Nós estamos a evitar vazios e estamos a dar um texto para a comissão politica, no seu crivo soberano fará o que bem entender dele», disse.
   
No entanto, Calvão da Silva garantiu que o que o PS diz sobre as propostas de revisão constitucional do PSD são «mentira», porque não constam do texto que está a ser trabalhado. 
 
«Se estamos a desmentir aquilo que o texto diz, não é para ir ao encontro do que o PS gostaria, não é de certeza. Não está lá e não estará», insistiu.  

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