BE quer que "seja feita justiça" com Berardo e com outros grandes devedores da banca

Empresário e o seu advogado foram detidos no âmbito de uma operação que visou "um grupo económico" que terá lesado vários bancos.

O Bloco de Esquerda deseja que seja feita justiça, não só sobre a detenção de Joe Berardo, mas de todos os grandes devedores da banca. À margem de uma conferência de imprensa sobre uma proposta do partido sobre moratórias, Mariana Mortágua lembrou as declarações do colecionador no Parlamento e espera que seja feita justiça em todos os casos em que foram cometidos esquemas fraudulentos.

"O Joe Berardo foi à comissão de inquérito da Caixa Geral de Depósitos gabar-se de ser intocável e ter conseguido encontrar um truque que foi descoberto e exposto ao país nessa comissão de inquérito. Uma fraude para esconder uma coleção de arte do Novo Banco e da CGD de forma a que essa dívida não pudesse ser cobrada. Depois desse truque houve muitos outros devedores que foram expostos nas comissões de inquérito com truques muito parecidos para não pagarem o que devem aos bancos. Hoje sabemos o nome de alguns desses devedores e tudo o que espero e desejo é que seja feita justiça relativamente a esse tipo de ações", explicou Mariana Mortágua.

O empresário Joe Berardo e o seu advogado André Luís Gomes foram esta terça-feira detidos no âmbito de uma operação que visou "um grupo económico" que terá lesado vários bancos, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

A Polícia Judiciária anunciou que fez buscas em Lisboa, Funchal e Sesimbra numa operação que visa "um grupo económico" suspeito de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento.

Em comunicado, a Polícia Judiciária adiantou que se trata de um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a CGD, no valor de cerca de 439 milhões de euros", e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à Caixa, ao Novo Banco e ao BCP.

"Este grupo tem incumprido com os contratos e recorrido aos mecanismos de renegociação e reestruturação de dívida para não a amortizar", acrescenta a polícia no mesmo comunicado.

Na investigação, que começou em 2016, foram identificados "procedimentos internos em processos de concessão, reestruturação, acompanhamento e recuperação de crédito contrários às boas práticas bancárias".

Os investigadores procuram indícios de "atos passíveis de responsabilidade criminal e dissipação de património".

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