Ramalho Eanes diz que Europa deve "responder com mais força" a Putin

Antigo Presidente da República considera que a Europa "respondeu bem" à atuação militar da Rússia.

O antigo Presidente da República Ramalho Eanes considerou esta terça-feira que a Europa "respondeu bem" à atuação militar da Rússia na Ucrânia, mas defendeu que "deve responder com mais força", alertando que "tudo se pode esperar" de Vladimir Putin.

À entrada para o lançamento do livro do cirurgião cardiotorácico José Roquete, em Lisboa, o general foi questionado sobre a situação na Ucrânia, começando por dizer que não se queria pronunciar "por enquanto", mas acabando por dizer o que considerava "fundamental".

"O fundamental é que há uma mudança geopolítica radical e ela apanhou a Europa desprevenida, a Europa respondeu bem, mas deve responder com mais força porque o [presidente russo] Putin demonstrou que é um homem em quem não se pode confiar e do qual tudo se pode esperar, tudo do pior", alertou.

Questionado se essa intervenção mais forte não poderia pôr em causa a segurança global, Ramalho Eanes respondeu: "Julgo que a segurança global é extremamente importante, mas seria conveniente ver se se poderia ir mais longe, eu julgo que se poderia ir mais longe", afirmou, nas breves declarações aos jornalistas.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcou presença já no final da apresentação da autobiografia "Com o Coração nas Mãos" - uma iniciativa que não constava da sua agenda oficial - e já não se cruzou com o seu antecessor em Belém, Cavaco Silva, que assistiu ao lançamento do livro e saiu em seguida, sem prestar declarações aos jornalistas.

O livro foi apresentado no auditório do Hospital da Luz pelo antigo líder do PSD e comentador Luís Marques Mendes e contou com outros políticos na plateia, como a antiga presidente social-democrata Manuela Ferreira Leite ou o deputado do mesmo partido Fernando Negrão.

O deputado e antigo ministro socialista Capoulas Santos e os antigos parlamentares Matos Rosa (PSD) e Isabel Galriça Neto (CDS-PP) foram outros dos presentes.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

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