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O presidente do PSD defendeu esta sexta-feira que são necessários mais apoios para os setores da restauração, comércios, hotelaria e similares, nomeadamente no pagamento das rendas, e acusou o Governo de fazer uma gestão confusa desta matéria.
"É uma confusão. Os apoios não são claros, não são lineares, não são sustentáveis, é uma confusão. Hoje é assim, passado um mês é de outra maneira, depois suspende, depois é 80%, depois é 60%, depois é 100%, portanto, uma confusão enorme. Aquilo que nós entendemos é que os apoios devem ser estáveis, devem ser claros e o mais simplificado possível", considerou Rui Rio, que falava aos jornalistas no final de uma reunião hoje no Porto com o Movimento a Pão e Água, que reúne empresários daqueles setores.
Entre os assuntos mais relevantes discutidos com os representantes do movimento que se manifesta-se esta tarde junto à Câmara do Porto, o presidente social-democrata destacou o problema das rendas que considera ser uma "bomba".

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"É uma bomba que está ao retardador. Não está nada feito relativamente às rendas, está feito relativamente aos salários, e, portanto, as empresas, em particular os restaurantes, mas também os bares e discotecas tem uma dívida brutal acumulada (...) Portanto, está ali uma bomba ao retardador que tem de ter uma solução", observou, salientando que em causa estão empresas que "pura e simplesmente" tem a porta fechada por conta da pandemia.
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Rio disse ainda que, segundo os empresários, 65% das empresas não recebeu nada do Programa Apoiar.
"Estas empresas estão nesta situação, e o Governo tomou a decisão de ainda por cima aumentar o salário mínimo nacional", lamentou, salientando que é uma situação do ponto vista social é "absolutamente dramática".
Rio acusou ainda o Governo de António Costa de "ter um tabu" ideológico "absolutamente bacoco" sobre os sócios gerentes que recebem apenas 60% do apoio em lay-off, enquanto, um trabalhador normal recebe 100%.

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"Nós entendemos que deve haver mais apoios, e os apoios devem ser estáveis, deve haver talvez menos anúncios e mais trabalho. Se formos ver pelas notícias que o Governo põem de apoios, são milhões e a sociedade pode estar a pensar que os empresários da restauração devem estar a receber muito dinheiro. Nada disso porque uma coisa é o que o Governo anuncia e outra coisa é o que o Governo faz", rematou.
Aos jornalistas, Tiago Carvalho, do Movimento Pão e Água, disse ter saído da reunião com o presidente do PSD satisfeito, com a esperança de que os sociais-democratas possam exercer a sua influência levar a bom porto as medidas que os empresários consideram necessárias para apoiar os setores da restauração, comercio, hotelaria, eventos, bares e discotecas.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.570.291 mortos no mundo, resultantes de mais de 115,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.486 pessoas dos 808.405 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
