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António Costa voltou a colocar o tema da prisão perpétua em cima da mesa, depois da polémica no debate entre André Ventura e Rui Rio, para criticar a aproximação de "partidos democráticos" à extrema-direita. Na resposta, o presidente do PSD diz que os socialistas "estão a conduzir a campanha para um patamar muito baixo".
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Num encontro para "avançar em igualdade", onde António Costa respondeu às perguntas da plateia, o ainda primeiro-ministro voltou a apontar o dedo ao PSD que começa a mitigar e a normalizar propostas desigualitárias e de desrespeito pela pessoa humana".
"Quando se começa a achar que a prisão perpétua pode não ser bem uma prisão perpétua, é o primeiro passo para se achar que o racismo não é bem racismo e a xenofobia não é bem xenofobia", acrescentou.

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Rui Rio não perdeu tempo para a resposta, e com uma manhã de campanha sem agenda pública, recorreu ao Twitter para acusar o líder socialista de "deturpar" a mensagem social-democrata, numa "lógica politiqueira da mentira".
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"Em lugar de falar das suas propostas, o PS insiste em inventar o que o PSD nunca disse e em deturpar o que propomos. Hoje voltaram com a narrativa da prisão perpétua. Estão a conduzir a campanha para um patamar muito baixo, tentado normalizar a lógica politiqueira da mentira", escreveu Rio.
O regresso da prisão perpétua foi o tema central do debate entre André Ventura e Rui Rio, com o líder do PSD, alegadamente, a abrir a porta, ao restabelecimento da sentença. Mais tarde, depois da polémica, Rui Rio garantiu que "naturalmente, é contra todas as modalidades de prisão perpétua".

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Depois do debate entre os dois líderes de direita, António Costa lançou um vídeo onde acusou Rio de ter ultrapassado "linhas vermelhas" e de "negociar em direto" um futuro Governo com o Chega.
"Nem a ditadura pôs em causa esta tradição. Em circunstância alguma podemos ceder nos princípios ou os valores", disse, sublinhando que "um político responsável tem sempre os seus princípios e os valores ao centro".
O PSD respondeu oficialmente, num comunicado assinado pelo secretário-geral José Silvano, falando "numa clara tentativa de enganar os portugueses".
"O PSD entende que esta técnica de deturpação não contribui em nada para dignificar o debate político, não esclarece os portugueses e pode levar a uma campanha de desinformação, que certamente irá penalizar os partidos políticos e o país nas eleições de 30 de janeiro. Assim, o PSD quer deixar um sério aviso à continuação deste tipo de prática política", lê-se no comunicado.

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