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Sem pré-campanha na rua, é nos debates e via redes sociais que os maiores partidos vão gastando as munições eleitorais. Acusado pelo PS de ter cedido ao Chega e por André Ventura de "estar nos braços de António Costa", Rui Rio recorreu ao Twitter para ironizar, numa resposta dupla.
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"O PS diz que eu estou nos braços do Chega e o Chega diz que eu estou nos braços do PS. É a vantagem de estar ao centro. Somos muito abraçados."
Depois do frente-a-frente de ontem, onde o líder do PSD debateu algumas das propostas do Chega, como a reposição da prisão perpétua, embora sem assumir uma posição clara, Rio foi acusado, primeiro pelo secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, e depois pelo próprio António Costa de ter cedido ao populismo ao "negociar em direto e ao vivo" com o líder do partido Chega, o eventual restabelecimento da prisão perpétua.
"Nem a ditadura pôs em causa esta tradição", sublinhou Costa que avisa que "em circunstância alguma podemos ceder nos princípios ou os valores"
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"Um político responsável tem sempre os seus princípios e os valores ao centro", disse o líder do PS, numa referência ao posicionamento em que Rio tem colocado o PSD, desde que assumiu a liderança e que hoje retomou na mensagem no Twitter.

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Já ontem, em declarações à TSF, José Luís Carneiro, número dois de Costa, no PS, tinha acusado Rio de ter atravessado "uma fronteira daquilo que é aceitável, em face dos nossos valores constitucionais. Nos Açores fizeram-no às escondidas, hoje foi às claras."

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O debate entre Rui Rio e André Ventura, transmitido na SIC, ficou dominado pelos cenários de governabilidade após as eleições de 30 de janeiro, com o líder do Chega a acusar o presidente do PSD de querer ser "o vice-primeiro-ministro de António Costa".
Questionado se prefere entregar o poder ao PS a fazer um entendimento com o Chega, Rio contrapôs com um desafio a André Ventura.
"Se o PSD apresentar um programa de Governo na Assembleia da República - não é votado, mas podem meter uma moção de censura - aí naturalmente o Dr. André Ventura tem de decidir se quer chumbar o Governo do PSD e abrir portas à esquerda", afirmou Rui Rio.
Confrontado com esta questão, o líder do Chega reiterou as suas condições para essa viabilização: "O Chega só aceita um Governo de direita em que possa fazer transformações e isso implica presença no Governo", disse.