Rui Moreira acusa MAI de "incapacidade" ou "falta de vontade" para resolver insegurança no Porto

Os episódios de violência entre adeptos de futebol estrangeiros na cidade do Porto levaram Rui Moreira a interpelar o ministro Eduardo Cabrita sobre o desinvestimento na segurança pública.

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, acusa o ministro da Administração Interna (MAI), Eduardo Cabrita, de incapacidade ou falta de vontade política para manter a segurança pública no Porto. Numa carta enviada esta manhã ao ministro da Administração Interna, o autarca transmitiu preocupação quanto aos problemas de segurança na cidade.

Esta quinta-feira, dezenas de adeptos de futebol ingleses e belgas envolveram-se em confrontos no Porto, provocando danos em estabelecimentos comerciais, em particular nas zonas da Ribeira do Porto e dos Clérigos. Os adeptos encontravam-se cidade para acompanhar os jogos dos clubes visitantes Wolverhampton (que joga frente ao SC Braga) e Standard Liège (que defronta o Vitória de Guimarães). A Polícia de Segurança Pública (PSP) recorreu a balas de borracha para dispersar os adeptos, mas não efetuou qualquer detenção.

Num comunicado divulgado esta manhã pela Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira classifica a situação como "inaceitável" e afirma-se preocupado que "o Ministério da Administração Interna tenha perdido a capacidade de intervir na manutenção da ordem pública no país".

A autarquia explica que o problema de insegurança na cidade do Porto vai muito mais além do que estes últimos episódios - denunciando, inclusive, o constante "tráfico de droga" e a "ocupação abusiva da via pública para esse efeito".

"Os alertas de Rui Moreira têm sido recorrentes quanto à perceção da falta de segurança pública na cidade, que é uma competência exclusiva da PSP, tutelada pelo Governo, e à qual a Polícia Municipal não se pode substituir", avisa a autarquia, em comunicado. "Os alertas e pedidos de reforço não resultaram em qualquer ação visível por parte do Ministério da Administração Interna."

A autarquia recorda que o Comando Metropolitano do Porto "perdeu, desde 2011, cerca de 12% do seu efetivo" e que se prevê que o contingente continue a diminuir devido à "falta de formação de novos agentes no país".

Rui Moreira lembra que, apesar da responsabilidade pertencer ao Governo, tem sido a própria Câmara do Porto a garantir a segurança mínima na cidade, com a "doação de carros à polícia", o investimento em "câmaras de vigilância" e a "disponibilização para pagar policiamento gratificado nas zonas críticas", por exemplo.

Acusando o ministro da Administração Interna de "incapacidade" ou "falta de vontade política" para "encarar de frente o problema", Rui Moreira refere que a missiva é "uma clara e veemente reivindicação de mais meios, melhor enquadramento legal e que o Governo abandone o negacionismo em que caiu sobre esta matéria".

*com Carolina Rico e Rute Fonseca

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