«Devíamos sair com rede e não sem rede, embora politicamente o discurso seja mais difícil de fazer», concluiu o social-democrata, que participou hoje, no Porto, na conferência "Iniciativa privada - A economia, as empresas e o sistema fiscal".
O ex-presidente da Câmara do Porto admitiu que, «do ponto de vista eleitoral, é mais simples falar numa saída à irlandesa ou numa saída limpa», mas defendeu que «um país pequeno e financeiramente fragilizado» não deve ser «atirado sozinho» aos mercados e às agências de 'rating'.
«A imagem que dou é a de um barco pequeno, a remos, no meio do oceano. Se pusermos o barquinho sozinho à deriva no oceano podemos ter problemas bem mais graves», frisou.
«A imagem que dou é a de um barco pequeno, a remos, no meio do oceano. Se pusermos o barquinho sozinho à deriva no oceano podemos ter problemas bem mais graves», frisou.
Para Rui Rio, no fim do programa de assistência financeira, Portugal será «um país pequenino, financeiramente débil, saído dos cuidados intensivos» que, «atirado sozinho ao mercado, corre um risco de todo o tamanho».
As empresas de 'rating' e os mercados serão «rigorosamente os mesmos», alertou, defendendo a possibilidade de «negociar uma linha de crédito» à qual o país se possa «agarrar».
«Naturalmente que é muito mais seguro», vincou.
Para o economista, «a própria taxa de juro no mercado já não sobe pelo simples facto de Portugal ter aquela rede».
Na conferência organizada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) e a TSF, Rio defendeu que «até para reduzir o endividamento» o objetivo «tem de ser o crescimento económico».
Na mesma conferência, Nuno Botelho, presidente da Associação Comercial do Porto, comentou a polémica sobre os investimentos prioritários na região Norte finaciados por fundos comunitários, recomendando que não haja «batotas» regionais.