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O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, assumiu esta quarta-feira que as possíveis eleições antecipadas poderão resultar numa "circunstância estruturalmente parecida com a atual".
Este foi um dos "três cenários" avançados pelo governante em entrevista à TVI24, que admitiu também que a direita pode "facilmente" construir uma maioria ou, por outro lado, pode o PS conquistar uma maioria absoluta, admitindo também a "construção" de uma com o PAN.
Santos Silva traça os três cenários possíveis.
Na reação ao chumbo do Orçamento do Estado (OE) para 2022, esta tarde, no Parlamento, Santos Silva notou que a direita "averbou, sendo minoritária no Parlamento, uma vitória política".
"Só conseguiu porque os partidos à esquerda do PS votaram com a direita contra o OE", analisou também o ministro, que questionado pelo jornalista José Alberto Carvalho sobre se esta foi uma coligação negativa, respondeu que "usamos a expressão coligação negativa num contexto mais pontual, aqui foi mesmo uma questão essencial".
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Sobre a posição dos até aqui parceiros do PS na 'geringonça', Santos Silva deixou uma série de questões no ar: "O que é que o PCP e o BE ganharam com isto que fizeram hoje? O salário mínimo aumenta mais? Não, nem aumenta. O aumento das pensões é superior ao que o Governo estava a propor? Não, com o OE chumbado nem sequer há aumento extraordinário das pensões."
Portugal perdeu "trunfo"
Numa análise à imagem externa do país, e a falar como ministro dos Negócios Estrangeiros, o governante alertou para a perda de "um grande trunfo internacional, que era a nossa estabilidade, e esse trunfo perdemo-lo hoje. Convém recuperá-lo o mais depressa possível."
Ainda nessa dimensão, Santos Silva aproveitou para, nas palavras do próprio, "sossegar as pessoas" e assegurar que "não está aqui em causa nenhuma anormalidade do ponto de vista europeu, há muitos outros países que vivem em circunstâncias destas".
Portugal "perdeu um grande trunfo internacional".
"Podemos estar tranquilos, a nossa taxa de juros está baixíssima e a confiança dos mercados em nós é grande", assegurou.
O parlamento chumbou esta quarta-feira a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) com os votos contra do PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL.
Na votação na generalidade, no plenário da Assembleia da República, o PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.