Santos Silva visa Marcelo: "Dialética política faz-se no Parlamento e não deve ser sequestrada"

Santos Silva reforça que o Governo responde à oposição, perante os 230 deputados da Assembleia da República.

A relação entre o Presidente da República e o primeiro-ministro parece ter voltado à normalidade, depois da acesa troca de palavras sobre o pacote Mais Habitação, mas Augusto Santos Silva acrescentou um novo capítulo à polémica: "O debate político faz-se no Parlamento".

Sem tocar no nome do Presidente da República, Augusto Santos Silva respondeu a Marcelo Rebelo de Sousa e à troca de palavras da semana passada, depois de o Presidente da República referir-se ao programa Mais Habitação como "inoperacional", comparando as propostas do Governo às "chamadas leis cartazes".

"O Parlamento é o lugar do debate político. O Parlamento é o lugar da dialética essencial à democracia entre o Governo e as oposições, entre a maioria e as minorias. O Parlamento é que é o lugar do debate e da dialética política", atirou.

A "dialética política" faz-se no Parlamento, e não noutros locais, como em canais de televisão, lugar onde Marcelo Rebelo de Sousa criticou duramente as políticas do Governo de António Costa para a habitação.

Perante os deputados socialistas, nas jornadas parlamentares do partido, e lançando vários recados sobre "outras instâncias de poderes", Augusto Santos Silva deixou ainda avisos aos que querem "sequestrar" o poder da palavra aos deputados, com o destinatário implícito: Palácio de Belém.

"É ao Parlamento que o Governo responde. É perante o Parlamento que o Governo responde. E a dialética entre a oposição e o Governo deve fazer-se no Parlamento e não deve ser sequestrada ou retirada ao Parlamento", acrescentou.

Há quem coloque o atual presidente da Assembleia da República na corrida ao lugar de Marcelo Rebelo de Sousa. A agenda repleta da segunda figura do Estado deixa margem para várias interpretações e, para esses, Santos Silva deixa uma mensagem.

"Não é possível dizermos que as pessoas estão muito afastadas do Parlamento e, ao mesmo tempo, criticarmos um presidente da Assembleia da República que anda nos territórios, junto das pessoas", responde.

A "obrigação" dos deputados, acrescenta Augusto Santos Silva, é andar no terrenos, junto dos cidadãos, e rejeita as críticas que recebe de "calculismo político" tendo em vista o lugar no Palácio de Belém.

"Nós não estamos a usar de qualquer espécie de calculismos. O que estamos a fazer é uma coisa muito simples: cumprir o mandato que temos, isto é, a nossa obrigação", sintetizou.

Augusto Santos Silva tem mandato, como deputado e presidente da Assembleia da República, até às próximas eleições legislativas, em 2026. As eleições presidenciais, ao que tudo indica, devem acontecer em janeiro do mesmo ano.

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