O templo de Diana, a deusa romana da caça, recebeu um Rui Rio à caça de votos num distrito tendencialmente de esquerda. Em Évora, Rui Rio tranquilizou pensionistas, aconselhou turistas e, sobretudo, deixou que lhe dessem música.
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"Não têm medo que eu mande cortar as pensões e as reformas?", pergunta Rui Rio a duas idosas que assistiam à passagem da comitiva social-democrata na Praça do Giraldo, esta quarta-feira em Évora. "Só pedimos, pelo menos, que nos deem aquilo que nos foi tirado", respondem-lhe. Rio admite - "isso já foi feito", mas deixa a ressalva: "se lhes foi tirado é porque não eram tão baixas como isso."
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Apertada nas ruas estreitas de Évora, a comitiva do PSD faz-se multidão. Alguns lojistas guardam os artigos que têm à porta, suscetíveis à avalanche laranja, os turistas chineses tiram fotografias.
"Izquierda?", pergunta um espanhol na esplanada. "No, derecha."
"They are social democrats, but they are liberals", tenta explicar alguém a outro grupo de turistas. Em português comenta-se: "Aqui só se vota PCP."
De sorriso na cara e lápis na mão para oferecer (porque canetas não são sustentáveis e o ambiente é uma preocupação), Rui Rio até deixa um conselho a quem só vota nas eleições espanholas: escolham Pablo Casado.
Depois de se ouvir Toy no templo de Diana , paragem para ouvir a tuna académica de Évora na Praça do Giraldo. Rui Rio traça a capa e até aceita o desafio para cantar a capella.
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A noite termina com cante alentejano, num jantar-convívio para militantes, fechado aos eborenses. Aqui, fica a garantia de toda uma campanha: "posso cair, mas quando caio, caio de pé, não dobro. Em nome das convicções".
"Acho que tenho atrás de mim, para o bem e para o mal (para o mal porque já tenho alguma idade e para o bem porque tenho experiência), uma vida pública que responde por isto. Ou seja, quando tem que ser e quando acredito eu faço mesmo."
Por este rio acima
Inaugurada em 2013, durante o governo de Passos Coelho, sob a agora submersa Aldeia da Luz, evacuada durante o governo de Durão Barroso, a Barragem de Alqueva foi também palco de uma ação de campanha. A longe da vista dos eleitores, Rui Rio navegou nas águas do Guadiana ao leme do "Porto de Rei", uma embarcação que garantiu ser mais fácil de conduzir do que o país.
A acompanhar o líder social-democrata estavam apenas dirigentes locais e empresários da agricultura e pecuária. O objetivo não era prometer soluções, apenas "ouvir quem sabe, para depois fazer o balanço".
Rio ouviu as preocupações dos empresários, incluindo de Maria Salgueiro, uma criadora de gado preocupada com o futuro. A produção nacional tem "imensa qualidade", diz, mas são injustas as acusações de que a produção bovina é uma atividade muito poluidora. "O mundo rural tem a consciência perfeitamente tranquila", assegura.
"Estamos aqui a defender as nossas vaquinhas", sublinhou, até porque com uma boa gestão é possível "fazer um repovoamento e fazer o ciclo normal das pastagens, é aí que está a captação do carbono".
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