- Comentar
Inês Sousa Real reforça que o Pessoas-Animais-Natureza (PAN) está disponível para negociar tanto à esquerda como à direita, com o PS ou o PSD, e que serão os portugueses a decidir que caminho deve seguir. A nova porta-voz do partido garante que o PAN está pronto e disponível para pertencer a um Governo.
Em declarações aos jornalistas, à margem do VIII congresso do partido, Inês Sousa Real assume que "quando diz que o PAN concorre para ser Governo, é porque concorremos".
A deputada lembra os vários países europeus com partidos ecológicos no Governo, "com uma onda verde, com preocupações ambientais". "O PAN apresenta-se, se os portugueses assim o entendam, para estar em condições de ser Governo. As condições têm de ser avaliadas consoante a matemática parlamentar", explica.

Leia também:
Política "pela positiva" e direitos dos animais na Constituição. As "causas" de Inês Sousa Real
E numa futura negociação, seja à esquerda ou à direita, o importante é colocar em cima da mesa as bandeiras do partido. "A aproximação tem de acontecer por parte dos outros partidos, seja o PS ou o PSD. O que deixamos bem claro é que há linhas vermelhas que não podem ser descartadas".
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Tal como André Silva já tinha afirmado, Inês Sousa Real reforça que está fora de questão negociar com um Governo que esteja em coligação com o Chega.
A deputada falou, igualmente, sobre o próximo Orçamento do Estado, e considera que o documento para o próximo ano representa um "momento absolutamente crucial para o país".
"Este não é um orçamento qualquer, tem que representar a viragem que o país precisa para ser mais resiliente a embates como o que tivemos agora nesta crise sanitária, também um país mais sustentável e justo, seja do ponto de vista ambiental, seja do ponto de vista social, e também em matéria de combate à pobreza, recuperação de rendimentos, porque sabemos que o país está a atravessar uma situação muito difícil", defende.
Já sobre a alteração dos estatutos, que prevê a suspensão de militantes, se colocarem em causa o bom nome do partido, Inês Sousa Real garante que o objetivo não é criar uma "lei da rolha".
"O órgão do partido pode aplicar a medida, mas é sujeita a retificação da comissão política nacional. Todas as garantias de defesa estão acauteladas. O objetivo é salvaguardar situações graves e grosseiras", aponta.
O PAN já viu sair dois elementos influentes por incompatibilidade com a direção: a deputada Cristina Rodrigues, que está na Assembleia da República como não-inscrita, e o eurodeputado Francisco Guerreiro.

Leia também:
Tauromaquia? "Não conseguem juntar mais que 20 pessoas, incluindo o Chicão e o Ventura"