Sem responder a Ventura, Montenegro garante que "coligação é com o país"

O presidente do PSD não esclarece se tenciona aceitar a reunião proposta por André Ventura. De visita à Guarda, Luís Montenegro acusa Ventura e Costa de serem "irmãos gémeos no teatro político."

Depois de André Ventura ter insistido, ontem, no apelo a uma reunião com o líder do PSD, Luís Montenegro não esclareceu, esta tarde, como é que tenciona responder à proposta de um compromisso.

Montenegro garante que está "concentrado em construir uma alternativa de futuro para governar Portugal" e acusa Ventura e António Costa de tentarem trazer para o palco político "jogos florais."

"Eu não alinho em distrações, não alinho em jogos políticos estéreis, não alinho num teatro político que discute coisas que não são nada importantes para a vida das pessoas," sublinhou o líder social-democrata, em declarações aos jornalistas, no distrito da Guarda, onde cumpre, esta semana, mais uma etapa da iniciativa "Sentir Portugal".

"Dentro deste teatro político que constitui esse jogo floral de andar com movimentos e algumas declarações, registo que o Dr. António Costa e o Dr. André Ventura são irmãos gémeos, porque ambos têm aproveitado o Tempo ou grande parte dele, para tentar desviar as atenções daquilo que é importante," acusou Montenegro.

Referindo-se ao momento ainda distante de eleições legislativas, Luís Montenegro considerou ainda que tanto Costa, como Ventura "são muito parecidos: são muito repentistas, precipitam-se muito, às vezes, até se excitam muito com determinados acontecimentos e determinadas pressões."

"A minha política não é essa. A minha política é de olhar de frente para o país e para os seus problemas e dar resposta às pessoas," garantiu afirmando que a "coligação preferencial é com os portugueses."

Depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter anunciado, esta quarta-feira, que na próxima semana, António Costa vai ao Palácio de Belém fazer um ponto de situação sobre a execução do Plano de Recuperação e Resiliência, o líder do PSD considera que o Presidente da República faz bem em manter "alta" a pressão sobre o executivo.

"Eu só posso dizer que acompanho na plenitude essa preocupação do Sr. Presidente da República. Ainda há pouco em conversa com os nossos autarcas e com representantes de instituições sociais chegámos à conclusão que nenhum euro chegou ainda aqui desse Programa de Recuperação e Resiliência, e há muitas dúvidas que haja condições para o executar se tudo se mantiver na mesma," denunciou Montenegro.

O líder do PSD acusa o primeiro-ministro de estar a "pedalar a bicicleta para trás, porque quando se pedala para trás uma bicicleta a bicicleta não sai do sítio."

"O Sr. Presidente da República faz muito bem por manter a pressão alta sobre o governo, porque o governo precisa efetivamente atalhar caminho e poder dar resposta àquilo que efetivamente está na base deste programa," concluiu o líder do PSD.

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