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O Livre desafiou o PAN a distanciar-se do PSD e definir "se está ao lado da esquerda ou da direita" num futuro Governo, mas Inês Sousa Real lembra que o partido se move por "causas". Num debate cordial onde se falou de ambiente, Rui Tavares pediu que a descarbonização na agricultura "não seja feita contra as pessoas".
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No debate que colocou frente-a-frente Inês Sousa Real e Rui Tavares, já depois do cabeça de lista do Livre ter proposto, em entrevista à agência Lusa, uma "eco-geringonça" que junte Livre, PAN e PEV para dar suporte a um Governo socialista, o fundador do partido da papoila elogiou a postura do PAN no Parlamento.
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"Não quero que me façam chantagem com voto útil e maiorias absolutas. Se olharmos para as sondagens, há um caminho de estabilidade com o PAN, que viabilizou a discussão na especialidade do Orçamento", disse.
Inês Sousa Real lembrou que para o PAN "o prioritário é fazer avançar causas fundamentais" como a emergência climática, mas notou uma visão diferente: "O PAN entende que o ambiente não deve estar espartilhado na dicotomia esquerda-direita".
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Já Rui Tavares entende que "é importante haver clareza nas eleições", e sublinha que "se houver uma maioria à esquerda o Livre fará parte da solução, mas com uma maioria à direita estará na oposição".

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"As pessoas sabem com o que contam", acrescentou Rui Tavares, desafinado Inês Sousa Real a ser clara quanto ao sentido de voto na viabilização de um Governo.
Apesar de admitir que está contra a posição do PSD de descongelar a plantação dos eucaliptos, e de querer retirar os animais de companhia da tutela o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Inês Sousa Real mantém a firmeza quanto aos valores do partido, "que dá sempre preferência à causa das pessoas e do planeta".
Sobre a agricultura, a líder do PAN admite que "há negacionismo em Portugal" quanto à utilização de meios sustentáveis e sem garantir a redução de gases poluentes, "não podemos combater de forma séria as alterações climáticas".
"Este negacionismo tem sido um dos grandes problemas no nosso país", acrescentou.

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Já Rui Tavares lembrou que os agricultores em Portugal "não são só agricultores, mas sim gestores de território" e a transição "não pode ser feita contra as pessoas".
"Os agricultores contribuem para capturar carbono, fazer ordenamento territorial e fornecer alimento. Temos de trabalhar nessa economia de conhecimento, mas tem de ser feito com as pessoas e não contra as pessoas", atirou.
Questionado sobre o rendimento básico incondicional, que o Livre defende, Rui Tavares garantiu que estudar a hipótese "não tem grandes custos". Já Inês Sousa Real, que também defende a medida, respondeu que no imediato as prioridades são a revisão dos escalões de IRS, a descida de IRC para 17 por cento e o combate à precariedade.