- Comentar
Que se apure toda a verdade. É esse o apelo do Presidente da República sobre o facto de os serviços de informação estarem a acompanhar o líder da comunidade russa em Setúbal, conforme noticiou esta sexta-feira o semanário Expresso. À margem do congresso da Associação Cristã de Empresários e Gestores, Marcelo Rebelo de Sousa lembra o que tem dito sobre a primeira hora e que é a necessidade de apuramento da verdade.
Relacionados
Deputados rejeitam audição do presidente da Câmara de Setúbal, com voto contra do PS
Marcelo diz que Portugal é reconhecido "desde sempre" por acolher refugiados
Montenegro pede à oposição parlamentar que pondere comissão de inquérito ao caso de Setúbal
"Faz parte da democracia, como respirar, a transparência no apuramento de matérias como esta e muitas outras. Os órgãos devem ir apurando de acordo com o seu entendimento dos respetivos poderes. É uma matéria que não tem incidência criminal, não justifica a intervenção do poder judicial. Tem incidência legal ou criminal e aí o poder judicial, no sentido amplo do termo, tem uma palavra a dizer", explicou Marcelo.
Sem entrar em considerações sobre o caso, o Presidente da República nota que o escrutínio que está a ser feito é natural, sobretudo tendo em conta o modo como a sociedade portuguesa evoluiu. Para Marcelo, a transparência é vital.

Leia também:
SIS monitoriza há anos cidadão russo que recebeu refugiados ucranianos em Setúbal
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
"Quem acolhe os refugiados é a sociedade portuguesa, que se socorre de um município aqui, uma associação ali e de instituições religiosas, cívicas e sociais variadas. As famílias portuguesas estão a acolher, sozinhas ou em grupos e isso é que é normal. Os portugueses de vez em quando têm a tentação de achar que não é uma responsabilidade sua, mas é de todos nós", afirmou o Presidente da República.
Questionado sobre se o Estado não está a falhar no acolhimento, o Presidente diz que não porque esse acolhimento de refugiados e imigrantes no país é responsabilidade da sociedade como um todo.
"Disse, desde a primeira hora, que tudo deve ser investigado. Faz parte da vida democrática haver o apuramento da verdade e o acesso dos cidadãos à verdade. Na medida em que se puder apurar a verdade, que se apure", acrescentou Marcelo.