Um partido "da democracia" e outro "sem maneiras". Nuno Melo desafia PSD a escolher entre CDS e Chega

O líder centrista sublinha o que distingue o CDS das novas forças políticas de direita, mas assume a necessidade de uma "reinvenção do partido" - que pode até passar pela mudança de nome.

Nuno Melo faz um ultimato ao PSD: os sociais-democratas têm de escolher entre o caminho da "democracia e da liberdade" e governar ao lado do CDS, ou optar "pela conversa de café", "sem maneiras", e escolher o Chega como parceiro.

O desafio foi deixado pelo presidente do CDS, esta tarde, numa iniciativa no Instituto Amaro da Costa, em Lisboa, para discutir o futuro do partido, e na qual o líder centrista adiantou a intenção de organizar um grande congresso, até ao final deste ano, que deverá servir como um momento de "reinvenção do partido".

Depois de ter convidado António Lobo Xavier para elaborar as bases do novo programa político do CDS, Nuno Melo revela agora que nada está fora de limites, na transformação que o partido irá levar a cabo.

"Tudo tem de ser pensado sem preconceitos - a mensagem, o programa, a sigla, a denominação, a cor,... o que seja!", declarou Nuno Melo, que defende a necessidade um "momento refundacional" para que o partido reconquiste presença política.

"Os partidos são, em certa medida, como as empresas: ou se atualizam, ou acabam copiados e morrem", atirou, afirmando que parte da agenda do CDS foi copiada "sem maneiras" pelo Chega e "com recurso a marketing" pela Iniciativa Liberal.

Nuno Melo admite que há um antes e depois das últimas eleições legislativas, em que o CDS perdeu a presença parlamentar e, com ela, financiamento e exposição mediática, mas sublinha aquilo que, garante, distingue o partido das novas forças políticas de direita.

"O CDS é muito mais do que protesto, do que conversa de café, conversa fácil, sem uma ideia para Portugal. Para isso, está lá o Chega", alegou.

Para o líder dos centristas, deve ser assumido, "sem nenhuma timidez", que "o que separa o CDS do Chega é a democracia, é a liberdade". Quanto à Iniciativa Liberal, indica, pode partilhar muito do mesmo pensamento a nível económico, mas, em tudo o resto, tem mais em comum com o Bloco de Esquerda.

E é com base nestes valores que o líder centrista desafia o PSD a escolher quem quer ter ao lado: "Caberá, realmente, ao Partido Social Democrata dizer quem é que acha - não tendo maioria, que não se perspetiva - que quererá ter em governos em Portugal".

Falando também para dentro do partido, Nuno Melo deixa uma mensagem àqueles que tenham a confiança abalada com as notícias de intenções de voto no CDS na casa dos 0%. "Esqueçam as sondagens", recomendou. "Em grande parte dos casos, não são inocentes e, na maior parte deles, têm uma agenda que também é política."

O presidente do CDS reconhece que, atualmente, o partido pode ter "motivos para estar triste", mas defende que "não tem o direito de estar resignado". Ao contrário de outros, sublinha Nuno Melo, "é um partido com história" - uma história que, insiste, "não pode acabar aqui".

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