Ventura não quer "namoro desavindo" e considera Rio "descartável na política"

Numa viagem de comboio, entre Lisboa e Sintra, o caminho de André Ventura foi criticar a postura de Rio quanto ao Chega.

André Ventura não quer formar "um namoro desavindo" com Rui Rio, e volta a apelar ao líder do PSD que forme Governo com o Chega, apesar de defender que o presidente social democrata se "tornou descartável na política portuguesa".

Rui Rio já admitiu que não conta com o Chega para formar uma coligação depois de 30 de janeiro, e à direita só o CDS e a Iniciativa Liberal podem ir para o Governo com o PSD. Em entrevista à CNN Portugal, o líder do PSD assumiu que "não tem simpatia" e por Ventura.

No dia em que Portugal bateu o recorde de novos casos de Covid-19, e em plena semana de contenção, André Ventura reuniu uma comitiva de 25 pessoas e fez o trajeto de comboio entre Lisboa e Sintra. Mas a viagem de Ventura só terminou com as críticas a Rui Rio.

"É muito triste que o líder de um partido de centro-direita diga que não quer governar à direita, e que prefere governar com António Costa, mesmo quando o primeiro-ministro diz que nunca governará com o PSD", disse.

André Ventura acrescentou que Rui Rio "conseguiu o inacreditável". "Tornou-se descartável na política portuguesa: ninguém o quer à esquerda, nem à direita", sublinhou.

Mas à direita, pelo menos André Ventura mantém a esperança em conseguir um acordo de Governo com o líder do PSD "para afastar António Costa".

"O Chega continuará no mesmo lugar em que sempre esteve. Se forem aceites quatro reformas fundamentais, contribuímos para um Governo de direita", assumiu.

E se Rui Rio continuar inflexível, Ventura defende que o líder do PSD se deve demitir "porque o país não pode estar refém dos caprichos e das simpatias de Rio".

"Caso contrário parecemos os namorados desavindos, e nem eu, nem Rui Rio queremos ser os namorados desavindos da política portuguesa", acrescentou.

Viagem de comboio: "Estamos como sardinhas enlatadas"

Antes das críticas a Rui Rio, o líder do Chega quis mostrar que o Governo tem dois pesos e duas medidas no combate à pandemia, com os comboios sobrelotados.

"O Governo impôs uma série de restrições dentro dos restaurantes e em espaços comerciais. São medidas severas, mas não olhou para os transportes públicos: estamos como sardinhas enlatadas dentro de uma caixa", criticou.

André Ventura lembrou ainda que "António Costa prometeu o dobro de comboios novos" o que não se verificou durante a legislatura que terminou.

Ainda assim, com a época festiva e numa semana em que o Governo pediu contenção aos portugueses, o comboio não estava lotado. Nos períodos normais, as viagens entre Lisboa e Sintra contam com uma grande afluência.

Em entrevista na terça-feira, Rui Rio reafirmou que todos os partidos devem estar disponíveis para negociar a viabilização de um Governo, caso não existam uma maioria absoluta a 30 de janeiro. O presidente do PSD garantiu ainda que negociará com "o PS ou com outro" rejeitando um Governo de bloco central.

"Negociarei com ele ou com outro, ninguém está a dizer que vou negociar com o Partido Socialista. O que tenho dito é que não havendo uma maioria absoluta, todos devem estar disponíveis para negociar", explicou.

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