O antigo ministro da Defesa, Paulo Portas afirmou, esta quarta-feira, que quando chegou ao ministério, o concurso já estava na fase final e que se limitou a seguir aquilo que já estava estabelecido.
Paulo Portas explicou que a escolha do consórcio alemão Man Ferrostaal como fornecedor dos submarinos teve por base, entre outros critérios, o preço e os pareceres técnicos «absolutamente inequívocos» da Marinha Portuguesa.
Numa conferência de imprensa no Parlamento, o ex-responsável pela pasta da Defesa Nacional assinalou que o concurso para renovar a capacidade submarina portuguesa foi lançado em 1998, durante o Governo de António Guterres, e assegurou nunca ter falado sobre o tema com o cônsul honorário de Portugal na Alemanha, que disse só ter visto uma vez.
«O concurso tinha regras de decisão que estavam estabelecidas desde 1998, muito antes de eu ser ministro da Defesa», afirmou.
«Se me perguntam se eu participei nalguma reunião com o consórcio alemão no Verão de 2002, eu respondo-vos com toda a naturalidade que não, como responderia com toda a naturalidade sim, se porventura tivesse participado. Se me perguntam se tive alguma reunião ou conversa sobre a capacidade submarina com o tal cônsul honorário de Portugal na Alemanha, digo-vos também, com toda a naturalidade, que não», acrescentou.
A revista alemã Der Spiegel noticiou que um cônsul honorário de Portugal, que não identifica, terá recebido um suborno de 1,6 milhões de euros da Ferrostaal para ajudar a concretizar a compra de dois submarinos pelo Estado português em 2004.