O Presidente da República defendeu, esta sexta-feira, durante uma vista aos concelhos de Alter do Chão e Fronteira, que o país não se pode «resignar à desertificação» e pediu um «olhar muito particular» para os concelhos do interior.
«Não podemos esquecer o distrito de Portalegre pelo facto de neste momento só ter dois deputados e nas décadas recentes se ter verificado um decréscimo significativo da população», que ronda os onze por cento, alertou.
Para o chefe de Estado, se o Interior fosse esquecido, «o nosso país ficaria mais pobre, porque o desenvolvimento rural faz parte da nossa identidade e Portugal não pode ser apenas um país de litoral».
Durante a visita, Cavaco Silva garantiu ainda que voltará ao distrito, por considerar que não pode ser «insensível» às vozes que lhe chegam do Interior em relação à «tendência para o envelhecimento e despovoamento».
O Presidente da República recordou também que há apenas alguns dias recebeu uma delegação da Assembleia Municipal de Portalegre, altura em que foi informado das grandes dificuldades que o distrito enfrenta.
No encontro, a delegação, com representantes de todos os partidos, em vez de pedir auto-estradas, reivindicava apenas «melhores vias de comunicação rodoviárias», para ligar Portalegre a Elvas e a construção da variante de Estremoz, frisou.
Foram «apenas solicitar vias de comunicação que têm um custo relativamente pequeno quando comparado com obras muito avultadas que têm vindo a ser anunciadas no nosso país», salientou.
O Chefe de Estado considerou que as «duas simples obras públicas» reivindicadas pela delegação podem dar um «importante contributo» para a competitividade e para coesão territorial da região.